- EU QUERO...
Eu quero uma casinha branca
Quero ela sem porta e nem tranca.
... Eu quero um dia para ser feliz
Quero nele ser o dono do meu nariz.
Eu quero um pedaço do paraíso
Quero-o cercado pelo seu sorriso.
Eu quero que o mundo seja uma festança
Quero de novo voltar a ser criança.
LIVRO GLOBALIZAÇÃO POÉTICA, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO.
JÁ FAZ UM BOM TEMPO QUE ESTA POESIA FOI ESCRITA, MAS SE ATUALIZA A CADA ANIVERSÁRIO; AONDE MEDITAMOS O NOSSO PASSADO, O PRESENTE E O QUE ESPERAMOS DO FUTURO. O BOM DE CHEGAR AOS 34 ANOS, É OLHAR PARA TRÁS E SABER QUE TENHO FAMÍLIA, AMIGOS, TRABALHO E LIVROS ESCRITOS PARA DAR SENTIDO A TUDO ISSO. OBRIGADO MEU BOM DEUS POR ME DAR MAIS QUE PEDI.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
POESIA “ATOS E CONSEQUÊNCIAS”
ATOS E CONSEQUÊNCIAS
Joguei a pedra no lago
Para ver o barulho produzido
A pedra fez uma curva no ar
Caiu fazendo um enorme zumbido
Pequei um rosa no jardim
Para levar para a namorada
Sem querer apertei um espinho
Fiquei com a mão toda machucada
Sentei na beirada da estrada
Para ver uma garota passar
Passou primeiro um cachorro bravo
Que me fez correndo para casa voltar
Namorei uma garota maravilhosa
Os meus dias eram uma constante festa
Ela mudou-se para uma cidade distante
Agora só chorar é que me resta
Comprei um carro novo para passear
Como ele só andava nas estradas tortuosas
Era muito difícil endireitar minha vida
Hoje ando a pé, adeus às curvas perigosas
Deletei a minha primeira poesia
Com ela foi embora minha inspiração
Agora só escrevo o que realmente quero
E o que faz pulsar mais forte um coração.
LIVRO RECORTES POÉTICOS, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO. EDITORA INTERNACIONAL EMOOBY 2011. PARA COMPRAR É SÓ PROCURAR PELO TÍTULO, ESCRITOR OU EDITORA.
POESIA “QUANDO VOCÊ ENTROU EM MINHA CASA”
QUANDO VOCÊ ENTROU EM MINHA CASA
Vivemos uma situação em que fica tão claro
Que o amor é assim tão frágil, apenas um fino cristal
E o coração tão oco; vazio por falta de um verdadeiro sentimento
Estamos despedaçados por palavras impossíveis de seguir
Estamos condenados a viver uma relação contraditória
Não estou dizendo que sou o elo frágil da relação
Todos os dias eu tento não ser mais uma a caminhar pelas ruas
Acho que busco apenas por algo que não consigo ver
Tenho minha própria vida independente da sua vontade
Sou mais forte do que você sabe, do que imagina
Quando você entrou em minha casa pela primeira vez
Tive a sensação de que você não iria embora rápido
Quando você entrou em minha vida concretamente
Tive a sensação de que você não iria mais embora
Fique comigo, fique pois preciso de você bem próximo!
Seremos amantes para sempre: face a face, corpo a corpo
Na minha cidade ou nas suas montanhas distantes
Ame-me! Preciso de você hoje. Dá-me o seu amor!
Tire o meu laço de mim, solte as amarras do desejo!
Você é a luz da lua em meus olhos sonolentos da madrugada
Eu poderia amar um homem como você
Cheio de contradições, com infinitas objeções
Às vezes um homem forte, um guerreiro destemido
Às vezes um homem frio e com medo do futuro
E, ainda, às vezes um homem que sorri enquanto chora
Seremos amantes para sempre: olho a olho, boca a boca
Na minha casa ou caminhando pelas ruas vazias
Fique comigo, fique mais uma vez; preciso de você!
Ame-me agora! Preciso de você hoje. Dá-me o seu amor!
Tire a minha solidão de mim! Devolva-me a vida que lhe dei!
LIVRO RECORTES POÉTICOS, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO. EDITORA INTERNACIONAL EMOOBY 2011. À VENDA NAS PRINCIPAIS LOJAS DA INTERNET.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
POESIA QUANDO EU ME CONECTO A VOCÊ
QUANDO EU ME CONECTO A VOCÊ
Quando eu me conecto a você
Tudo é mais fácil,
Tudo se torna verdadeiro.
Quando eu me conecto a você
Sem as restrições da responsabilidade,
Durmo extasiado em seus braços.
Quando eu me conecto a você
Sinto um calor completamente diferente,
Daquele que sentia antes de me conectar a você.
Quando eu me conecto a você
É como se eu me libertasse deste mundo de agora,
O sonho se torna realidade e a realidade se torna sonho.
Quando eu me conecto a você
Eu me torno uma coisa só,
A pessoa que eu sou de verdade.
Quando eu me conecto a você
Perco os sentidos e os caminhos,
Um doce perde-se por querer.
Para onde vai me levar?
Para um mundo novo ou para a destruição?
Para o paraíso ou para o deserto?
Nada mais importa,
Nada mais poderá me afetar,
Se eu estiver conectado a você.
ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, LIVRO GLOBALIZAÇÃO POÉTICA
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
LIVRO ÁPEIRON UMA ÚLTIMA ESPERANÇA. CAPÍTULO 2 COMPLETO.
CAPÍTULO 2
A ESCASSEZ DE ÁGUA
Com o crescimento rápido e constante da população, os muriônicos passaram a enfrentar um problema de natureza hídrica irreversível; as reservas de água do planeta, que eram todas subterrâneas, não suportariam mais um século. Mesmo com os racionamentos constantes do produto e seu alto valor comercial, já não era possível abastecer toda a população, principalmente porque alguns magnatas, preocupados somente com suas vidas, começaram a fazer estoques deste recurso clandestinamente. Mas a grande maioria da população não tinha conhecimento das verdadeiras causas e da gravidade do problema, acusando os governantes de regularem o consumo de água para a população por falta de um bom planejamento na extração e dos gastos dos recursos hídricos, o que em parte também era verdade.
A Suprema Corte Planetária de Murion (SUCORPLAMUR), que era o poder maior do planeta, reuniu seus Conselheiros, representantes dos vários grupos que agora dominavam Murion, para discutirem sobre o fim já próximo dos recursos hídricos e para encontrarem uma solução; bem o objetivo da reunião era este, mas os Conselheiros foram convocados sem serem avisados dos motivos dela, pois se temia que muitos faltassem por acharem o problema sem muita importância. Reuniram-se na sede da SUCORPLAMUR em volta de uma grande mesa oval, sendo que todos estavam nervosos e na expectativa da fala do Conselheiro Supremo, o poderoso Sofer.
Sofer, homem de grande sabedoria e gestos firmes, levantou uma das mãos em um gesto de atenção e pôs a falar aos presentes:
— Irmãos, há vários séculos, mais precisamente dois milênios, nossos antepassados chegaram a este planeta, encontrando nele o local ideal para diversão em épocas de férias. Com a chamada “Guerra da Ignorância”, o nosso planeta Terra foi totalmente arrasado e juntamente com ele todas as colônias espaciais de humanos. Os humanos que estavam neste planeta também foram aniquilados, mas alguns sobreviveram, transformando-o em nossa morada permanente, sendo que nele encontramos as condições necessárias para viver e prosperar. Apesar das adversidades encontradas pelos sobreviventes da Grande Guerra nos primeiros anos, foi possível chegarmos ao estágio que hoje estamos. Mas...
Todos ali presentes acreditavam que com aquele discurso Sofer estaria abrindo mais um tempo comemorativo pelos séculos difíceis, mas vitoriosos que os sobreviventes estavam passando. Este tipo de comemoração era muito comum em Murion, pois os muriônicos não cansavam de dizer o quanto foram privilegiados por sobreviverem a Grande Guerra e adoravam festas, sendo que as comemorações não tinham uma data fixa, podendo acontecer em qualquer época de acordo com a vontade do governante. Apesar dos palpites sobre a festa que os Conselheiros começavam a dar, Sofer chamou lhes a atenção ao ficar de pé. Sua expressão séria fez os companheiros calarem-se, deixando que ele continuasse seu discurso:
— Hoje, nós estamos passando por um momento crucial, que representará o futuro de um povo lutador, mas marcado para sofrer, graças à ganância acumulativa de alguns de nós, que destruiu a estabilidade e a igualdade que reinava em nossa sociedade, presentes neste planeta até algum tempo. Alguns dos melhores cientistas da atualidade e do passado estiveram estudando a capacidade hídrica de nosso planeta e ficou comprovado que todas as águas presentes em Murion estariam escassas em pouco mais de 80 anos, sendo que em menos de 20 anos e com a acrescente poluição e natalidade, a metade da população muriônica já morreria com doenças terríveis, além de muitas mutações provocadas pela concentração de agentes poluidores e falta de água, algumas destas doenças já estão em nosso meio.
O clima da reunião que antes era de festa transformou-se rapidamente em desespero. Os Conselheiros que eram acostumados com as regalias dadas pelo posto importante que exerciam, muitas vezes ficavam distantes da realidade do povo em geral, por isso a grande surpresa por parte de alguns deles. Sofer continuou dizendo:
— Neste contexto, os mesmos cientistas chegaram a duas conclusões ou hipóteses para solucionar este problema, a primeira seria nos lançarmos à exploração espacial na procura de um outro lugar habitável; a outra medida é extrema, matar a metade da população muriônica agora, assim dando oportunidade da outra metade sobreviver, além de proibir estritamente o sexo com finalidade de reprodução entre nós. Uma conscientização sistemática sobre as consequências da poluição e concretização de atividades de despoluição do solo das zonas aquíferas, torna-se urgente nestas duas opções.
O silêncio foi geral, todos olhavam para Sofer sem acreditar no que tinham ouvido. Atônitos de surpresa e de medo provocado por aquelas palavras. Mesmo sabendo dos graves problemas ambientais que havia em Murion, jamais pensavam que fossem necessárias medidas tão desafiadoras, e naquele instante.
Após alguns minutos de silêncio, começou uma grande confusão de palavras entre os Conselheiros, ninguém entendia alguém, todos queriam falar ao mesmo tempo, sem chegarem, contudo a uma conclusão.
Sofer tomou novamente a palavra, ao apertar uma poderosa sirene, que fez calarem seus companheiros subordinados. Ele acrescentou:
— É necessário analisarmos as duas opções. Na primeira podemos dizer que há muitos anos já possuímos tecnologia suficiente para nos lançarmos no espaço, à procura de um novo lar, mas não saberíamos, se encontraríamos, um planeta habitável e se teríamos tempo para transportar nossa gente para ele antes da escassez total de água, assim seria um risco, pois comprometeríamos toda a população em caso de um resultado negativo nesta busca; visto que as viagens espaciais de longo alcance já realizadas foram todas negativas quanto à existência de água nestes locais. A Segunda opção, como já foi dito, é muito extrema, teríamos de sacrificar pessoas aleatoriamente ou não, para favorecer a outras, assim conseguiríamos mais alguns anos para procurar o novo lar, mas esta só seria válida se a primeira fosse colocada em prática.
Fez-se novamente grande silêncio entre os membros da SUCORPLAMUR. Em segundos, os Conselheiros dividiram-se em três grupos. O primeiro grupo, que só apoiaria a expedição exploradora se os Conselheiros fizessem parte dela; o segundo grupo, que aprovava a matança da população, mas somente os menos favorecidos e os doentes é que deveriam morrer, pois agora eram à maioria, além de constituírem ônus para a classe dominante; e finalmente o terceiro grupo, que concordava com a expedição, mas achavam que medidas de controle da poluição e da natalidade poderiam resolver o problema, sem maiores consequências ou gastos, estes continuavam céticos frentes às palavras de Sofer.
A discussão esquentou os ânimos dos três grupos, que propunham suas opiniões com total convicção. Sendo os grupos representados por seus lideres Pierkles, Frondox e Murtus, respectivamente. Após muitas reflexões e debates foi proposto pelo líder do segundo grupo e da oposição, Frondox, que se fizesse uma votação para resolver o impasse. Mesmo sob protestos a votação foi realizada. O resultado foi intrigante, deu empate entre as três opções, porque houve algumas abstenções.
Sofer com grande sabedoria propôs novamente:
— Não havendo consenso entre os membros deste digníssimo Conselho, proponho uma decisão conciliatória. Vamos entrar no seguinte acordo, mandaremos uma Expedição Exploradora até os confins do universo para descobrimos se há outro planeta habitável, mas esta expedição deverá ser composta estritamente por técnicos e militares, que terão maiores possibilidades de terem êxito; faremos controle de natalidade e suspenderemos o tratamento de rejuvenescimento, para as pessoas não perdurem mais que o normal; e se necessário for, mataremos alguns indivíduos, começando pelos doentes e os mutantes.
Houve novamente um pequeno silêncio, mas de pouco a pouco as mãos começaram a levantar-se aprovando o acordo, menos alguns radicais que continuavam a colocar suas opiniões, estes nunca concordavam com nada.
Havia outro problema a ser discutido: os recentes ataques dos rebeldes do deserto às fábricas e plantações, que constituíam grandes perdas de receita para o governo. Estes rebeldes viviam no Deserto da Morte, a parte mais árida do Deserto de Amazom, um local de difícil acesso para quem não o conhecesse bem; com suas armadilhas naturais e outras artificiais fixadas para a proteção das aldeias rebeldes, que o transformavam no “Grande Inferno Vermelho”. Apesar das constantes expedições governamentais com o objetivo da captura dos rebeldes, elas nunca foram bem sucedidas. Com os soldados que eram enviados para a região sempre desaparecendo, o que constituía uma perda de recursos humanos e bélicos preciosos que iam fortalecer ainda mais os rebeldes. O fato era que já não se encontrava mais grupamento militar disposto a procurá-los, assim os rebeldes eram chamados de “a força invisível do deserto”.
Depois de muita discussão, os Conselheiros não entraram em nenhum acordo, principalmente por causa dos que governavam as regiões próximas ao Deserto da Morte, pois muitas de suas riquezas vinham do comércio ilegal com os rebeldes, principalmente de armas. Além disso, uma relação de amizade com os rebeldes, para estes Conselheiros constituía-se também em uma boa tática, pois suas possessões particulares não sofriam ataques. Estes Conselheiros eram chamados de “inimigos do Estado”, contudo nada podiam os outros contra eles, pois estes eram os mais numerosos e poderosos da SUCORPLAMUR. Como não houve consenso, o assunto ficou para ser resolvido em outra data; ou como alguns preferiam, pensar, nunca teria uma solução que agradasse a todos.
Através de um decreto da SUCORPLAMUR, Sofer transformou-se em Imperador Supremo, cargo temporário dado ao Conselheiro Supremo em épocas de guerras ou de situações de extremo risco, como aquela por qual passavam. Neste posto tomou para si o poder sobre a vida e a morte de seus súditos. Decretou a morte de todos os indivíduos em situação de marginalidade, com doenças crônicas, os deficientes e os mutantes, conhecidos como humanóides, tidos como seres inferiores e ainda os idosos bicentenários. No total foram mortos cerca de 60% da população, que representavam cerca de dois bilhões de indivíduos. Estipulou veementemente, o fim do tratamento de rejuvenescimento e proibiu o sexo com finalidade de reprodução em todo o planeta, sendo penalizado com a morte o casal que tivesse filhos após um ano daquele decreto. Fez a convocação de todos os militares masculinos e femininos, para serem analisados conforme a experiência e a saúde de cada um, sendo o melhor em cada área obrigado a juntar-se à expedição exploradora. Muitos indivíduos morreram por cumprirem os decretos e outros por não cumprirem. O planeta tornou-se um caos, o exército patrulhava todos os lugares recolhendo aqueles que se enquadravam nos decretos citados anteriormente. Murion viveu momentos de muito choro, medo e revolta, com os rios de sangue dos executados inundando o pensamento e a vida dos que foram poupados provisoriamente da morte certa.
Nos campos, toda a produção de alimentos estava voltada para o futuro abastecimento da expedição. Cereais e animais eram cuidados especialmente para esta finalidade, severas regras de controle foram estabelecidas, para evitar o desperdício ou estoques clandestinos destes produtos. Os alimentos eram processados e transformados em pastas comestíveis, que podiam ser estocadas por longos anos. A produção industrial também se voltou para o abastecimento da expedição, mas com uma sensível diferença, preparavam as tecnologias necessárias para a sobrevivência em outro planeta, ou seja, construíam as bases do que seria a nova comunidade de muriônicos, onde quer que fosse. Naquele momento por qual passava todo o povo muriônico, não dava para pensar em esperança; a palavra certa era perseverança. Uma luta sobrenatural pela sobrevivência.
LIVRO ÁPEIRON UMA ÚLTIMA ESPERANÇA, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, EDITORA EMOOBY 2011. À VENDA NAS PRINCIPAIS LOJAS VIRTUAIS.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
POESIA UMA ESTRANHA CONEXÃO
UMA ESTRANHA CONEXÃO
Olhou para mim como se sempre me conhecesse
Mas era a nossa primeira troca rápida de olhar
Percebi que era um daqueles raros momentos
Em que você faz alguma coisa significativa
Ou arrepende-se para o resto da vida
Senti uma estranha conexão entre nós
Como a de se aquecer em uma glória sem fim
A noção de tempo ficou totalmente ausente
Aquele era um jogo em que eu não podia perder
Já me disseram que a vida é imprevisível, cheia de surpresas
A minha vida era previsível e chata até aparecer você
Musa a me inspirar, gotas dos meus sonhos mais profundos
Durante a minha vida toda, sonhei em preto e branco
Quando os nossos corpos se encontraram, tenho que confessar
Eu vivi momentos multicoloridos com efeitos alucinantes
Você cativou meu olhar com o seu jeito desequilibrado de andar
Do seu lado, todas as noites eu morro e renasço pela manhã
Contigo, não tenho medo de viver; não tenho medo de morrer
Tentei ficar longe de você, mas confesso que não consegui
Eu lhe amo muito mais que já amei qualquer outra pessoa
Esse seu charme faz parte de uma mistura de prazer e medo
Coroada ou não, você sempre será a minha rainha
Pois fiquei dependente dos seus caminhos para trilhar o desconhecido
Até hoje você me faz ir em frente quando diz “estou ao seu lado”.
LIVRO RECORTES POÉTICOS, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, EDITORA EMOOBY 2011.
POESIA UM LUGAR MELHOR
UM LUGAR MELHOR
Por dentro do olho de sua mente
Você sabe que deve encontrar
Um lugar melhor para brincar
Um lugar melhor para sonhar
Você queria ir para longe, muito longe
Para buscar um instante de felicidade
Buscar um lugar melhor para nós dois
Um lugar melhor para viver a dois
Você disse que eu não estaria sozinho
Sozinho em qualquer lugar do universo
Porque seu pensamento iria me buscar
Buscar até mesmo em um raio de luar
Eu sempre soube que você precisava de emoções fortes
Ser radical, dona de suas vontades e necessidades
Mas o que aconteceu na sua vida sem medida
Foi mais uma viagem sem destino, sem direção
A emoção que você deixou dentro do meu peito
É tão grande que preciso gritar, para ela não me sufocar
Sufocar a vontade, a saudade e a realidade
Mais está noite vou dormir sozinho
Venha para mim, pois um lugar melhor é aqui
Aqui dentro do meu coração que lhe ama
Coração que lhe ama, que lhe chama
Mas você não responde; tem dó de mim.
LIVRO RECORTES POÉTICOS, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, EDITORA EMOOBY 2011.
POESIA SOL NA PRIMAVERA
SOL NA PRIMAVERA
Uns dizem que o amor é como um rio caudaloso
Que inunda as plantações ribeirinhas sem pedir licença
Quando entra no peito destrói todos os vestígios da paz
Alguns dizem que o amor é como uma lâmina cortante
Que deixa sua alma sangrando e o coração dilacerado
Mesmo quando tentamos criar escudos de ilusão
Outros dizem que o amor é como o sol na primavera
Que possibilita o surgimento de flores multicoloridas
Faz o homem virar novamente menino e sonhar
Quando as noites forem muito solitárias
E suas madrugadas forem longas demais
Quando você achar que o amor é apenas um brinde
Para o sortudo e forte, lembre-se do sol na primavera
Lembre-se que no inverno bem abaixo da neve cortante
Tem uma semente, que com o amor do sol na primavera
Torna-se rosa, uma rosa radiante e multicolorida
Um sinal de vida e esperança para quem vive na solidão
Não adianta querer viver em estado de inverno para sempre
Eu quero sentir o vento a misturar os fios do meu cabelo
Sentir que está na hora de levantar mais uma vez voo
Acreditar que a magia pode acontecer em qualquer momento
Precisamos experimentar a vida sem a rede de segurança
Mostre-me o seu melhor sorriso, aquele sorriso novo
Não desperdice nem mais um minuto chorando
É primavera lá fora e o sol já vai raiando no horizonte.
LIVRO RECORTES POÉTICOS, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, EDITORA EMOOBY 2011.
sábado, 7 de janeiro de 2012
CONTO: NA POLTRONA AO LADO
NA POLTRONA AO LADO
Quando ando de ônibus gosto de ir sozinho nas duas poltronas, geralmente sento na poltrona do corredor impedindo a passagem das outras pessoas para a poltrona da janela. Eu sei que é uma atitude egoísta e até desumana, mas é que gosto de viajar dormindo ou lendo, e as pessoas que sentam ao nosso lado, sempre, gostam de puxar conversa.
Naquele dia eu estava sentado como sempre na poltrona do corredor; o ônibus parou e ele entrou, pediu se eu poderia passar para a poltrona da janela. Reticente, eu ainda olhei envolta se tinha alguma outra poltrona vazia para indicar para ele sentar, não havia. Contra a minha vontade passei para a outra poltrona. Ele sentou ao meu lado e começou a contar a sua vida, mesmo vendo minha cara mal-humorada.
Um senhor com uns oitenta anos e com roupas sujas. Era a melhor definição para ele. E eu também não queria guardar na memória aquela pessoa.
Casou-se seis vezes de papel passado, viveu algum tempo com um número indeterminado de mulheres, teve vinte e dois filhos, anda sempre armado e gosta de beber uma cachacinha. Ele soltou todas estas informações nos primeiros segundos depois de sentar na poltrona.
Disse que já havia feito muitas coisas erradas na vida e por isso andava com um “negócio” na bolsa para se defender dos maridos traídos.
Sua família tivera muitas riquezas; mas depois da morte dos seus pais, de tanto os irmãos brigarem a fortuna desfez-se.
Disse que também já havia ganhado muito dinheiro, algumas notas de forma digna e milhares de notas conseguidas erroneamente, mas como tudo que vem fácil acaba fácil, perdeu tudo com os jogos, as bebidas e as mulheres.
Morou em todos os lugares possíveis e impossíveis deste “mundão de meu Deus” também; e agora, seu destino é andar de um lugar para o outro sem rumo.
Um dia, deram-lhe um “boa noite Cinderela” e roubaram todo o seu dinheiro e ainda queriam matá-lo. Sua sorte foi que passou um carro da polícia na hora; os soldados não viram o que estava acontecendo, mas serviu para afugentar os malandros que o sequestravam.
Alguém tocou a campainha do ônibus solicitando a parada no próximo ponto; ele disse que já era hora de descer. Fiz-lhe a única pergunta que deu tempo e veio na minha cabeça: conhece o lugar? Ele respondeu que não e foi embora pedindo, em voz alta, para Deus abençoar a viagem de todos.
Eu continuei a minha viagem, mas ao contrário dele tinha um destino definido e sabia onde queria chegar.
Feliz era ele, que estava livre para escolher o seu destino.
LIVRO CONTO, RECONTO; ENCONTRO OUTRO CONTO III, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO.
Quando ando de ônibus gosto de ir sozinho nas duas poltronas, geralmente sento na poltrona do corredor impedindo a passagem das outras pessoas para a poltrona da janela. Eu sei que é uma atitude egoísta e até desumana, mas é que gosto de viajar dormindo ou lendo, e as pessoas que sentam ao nosso lado, sempre, gostam de puxar conversa.
Naquele dia eu estava sentado como sempre na poltrona do corredor; o ônibus parou e ele entrou, pediu se eu poderia passar para a poltrona da janela. Reticente, eu ainda olhei envolta se tinha alguma outra poltrona vazia para indicar para ele sentar, não havia. Contra a minha vontade passei para a outra poltrona. Ele sentou ao meu lado e começou a contar a sua vida, mesmo vendo minha cara mal-humorada.
Um senhor com uns oitenta anos e com roupas sujas. Era a melhor definição para ele. E eu também não queria guardar na memória aquela pessoa.
Casou-se seis vezes de papel passado, viveu algum tempo com um número indeterminado de mulheres, teve vinte e dois filhos, anda sempre armado e gosta de beber uma cachacinha. Ele soltou todas estas informações nos primeiros segundos depois de sentar na poltrona.
Disse que já havia feito muitas coisas erradas na vida e por isso andava com um “negócio” na bolsa para se defender dos maridos traídos.
Sua família tivera muitas riquezas; mas depois da morte dos seus pais, de tanto os irmãos brigarem a fortuna desfez-se.
Disse que também já havia ganhado muito dinheiro, algumas notas de forma digna e milhares de notas conseguidas erroneamente, mas como tudo que vem fácil acaba fácil, perdeu tudo com os jogos, as bebidas e as mulheres.
Morou em todos os lugares possíveis e impossíveis deste “mundão de meu Deus” também; e agora, seu destino é andar de um lugar para o outro sem rumo.
Um dia, deram-lhe um “boa noite Cinderela” e roubaram todo o seu dinheiro e ainda queriam matá-lo. Sua sorte foi que passou um carro da polícia na hora; os soldados não viram o que estava acontecendo, mas serviu para afugentar os malandros que o sequestravam.
Alguém tocou a campainha do ônibus solicitando a parada no próximo ponto; ele disse que já era hora de descer. Fiz-lhe a única pergunta que deu tempo e veio na minha cabeça: conhece o lugar? Ele respondeu que não e foi embora pedindo, em voz alta, para Deus abençoar a viagem de todos.
Eu continuei a minha viagem, mas ao contrário dele tinha um destino definido e sabia onde queria chegar.
Feliz era ele, que estava livre para escolher o seu destino.
LIVRO CONTO, RECONTO; ENCONTRO OUTRO CONTO III, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
CONTO: COLOCANDO A CONVERSA EM DIA
COLOCANDO A CONVERSA EM DIA
— Oi Vera, há quanto tempo?
— É faz muito tempo mesmo!
— Está indo para onde?
— Para Santo Antônio, mas estou levando somente uma das minhas crianças.
— Você tem quantas crianças?
— Três.
— Você já se casou?
— Casei que nada.
— Mas tem que casar?
— Casar, Deus que me livre disso!
— E a segurança de seus filhos? Você não pensa nisso?
— Não gosto de ficar presa a homem nenhum. Mulher casada é igual a passarinho na gaiola. Ainda quero um pouco de aventura nesta vida.
— É mesmo! E seu marido não tem ciúmes?
— Morre de ciúme de mim. Ele me trouxe no ponto e ficou dando uma porção de recomendações.
— E seus pais, como vão?
— Não gosto nem de lembrar. Os dois morreram no ano passado; com apenas uma diferença de trinta dias um do outro. O meu pai morreu primeiro e depois, de tristeza, a minha mãe também morreu.
— Foi alguma doença que pegou os dois?
— Nada de velhice mesmo.
— Você é a caçula lá da sua casa, não é?
— Não! Você não se lembra dos meus irmãos?
— Juro que não me lembro mesmo.
— Pois é! Eu sou a do meio. Tenho um irmão mais velho e uma irmã mais nova do que eu.
— Estou tentando puxar pela memória, mas acho que não lembro realmente deles.
— O meu irmão é o Jackson, mulherengo igual a ele eu desconheço. Ele já “juntou” com mais de umas dez mulheres. Só as que eu fiquei sabendo.
— Dez mulheres? Ele deve ser muito bonito?
— Que nada! Eu não entendo essas moças de hoje, não podem ver um homem em uma “motoca” que já vão logo querendo agarrar.
— E sua irmã?
— Ela acabou de ganhar um bebê.
— Ela é casada?
— Também não. Ela escondeu a gravidez até não poder mais. Quando ficamos sabendo, ela já estava com um barrigão enorme. Mas a criança é uma linda menina muito sorridente. Estou indo visitá-la.
— E agora, o pai da criança assumiu a responsabilidade?
— Que nada. O pai da menina é um adolescente como a minha irmã mesmo, daqueles que os pais é que sustentam pela vida afora. Depois que a criança nasceu, os dois terminaram o namoro e pronto.
— Nossa! Que história complicada a da sua família. Ainda bem que eu sou filha única.
— Sorte a sua mesmo. Família é muito bom por um lado, mas pelos outros lados dá um trabalho danado.
— E como a sua irmã está arrumando?
— A sorte dela, é que ela ficou com a casa em que moravam os nossos pais. Sem emprego e sem estudo ela só consegue cuidar da menina, sobrevivendo com o pouco que a gente pode ajudar e da caridade dos desconhecidos.
— Nossa!
— Quando alguém aparece para visitá-la, ela não cabe em si de alegria. Pois passa a maior parte do tempo sozinha, sem ninguém para conversar sobre as suas amarguras. Mas a vida é assim mesmo, cada um colhe o que plantou.
— É hora de descer.
— Até outro dia!
LIVRO CONTO, RECONTO; ENCONTRO OUTRO CONTO III. ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
POESIA EM CADA ADEUS
EM CADA ADEUS
Em cada adeus...
Em cada partida...
Em cada despedida...
Um pedaço de mim fica esquecido para sempre
Para sempre dentro do coração de quem ficou.
Pois mesmo sem quer e sem aviso do adeus
Há sempre um tempo de entrar na vida de alguém
Há um tempo para ficar nos braços da paixão
E há um tempo para sair do aconchego do amor
Deixando para trás desilusão e muita dor.
LIVRO GLOBALIZAÇÃO POÉTICA, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO.
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