domingo, 29 de julho de 2012

LIVRO COMPLETO: TOTALIDADE HUMANA II VIDAS ESPECIAIS–MEU SEGUNDO LIVRO 2005

ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO LIVROS (9)

TOTALIDADE HUMANA II

VIDAS ESPECIAIS

 

 

             Um livro que traz em todas as suas palavras a esperança e a positividade crítica presente em todo ser humano. Buscando, através de mensagens e fatos motivacionais, levar a pessoa a ser cada vez mais completa, não pelo envolvimento tecnológico, mas pela busca de sua humanidade. Em suas páginas caminhos para a felicidade, dentro da fragilidade humana.

          Um livro feito para as pessoas que não acreditam e para as que acreditam que uma pessoa pode mudar o seu destino e o de toda uma sociedade.

          Os fatos ou histórias contadas, neste livro, não são reais, mas poderiam ter acontecido com você ou com um de seus familiares. 

 

O Autor

 

 

*   *   *

          Abra o coração... e você entenderá bem as páginas preciosas do livro “Totalidade Humana II Vidas Especiais”.

          Há momentos em que tudo parece perdido, tudo parece trevas, mas num recanto longínquo pequenas frestas de luz refletem, e é preciso ir ao encontro delas.

          Neste livro percebemos que de forma simples, o autor José Maria Cardoso nos apresenta meios de encontramos a felicidade superando barreiras, enfrentando desafios, capazes de viver a vida e vê-la em plenitude.

 

Beatriz Roza  

 

 

 

O EXEMPLO DO ASTRO REI

         

        Um bom exemplo a ser seguido é o do Sol.

          É o Rei do Universo, mas ilumina o caminho dos seus súditos, ou seja, faz-se um servo humilde.

          É o maior dos astros, mas se esconde atrás de uma simples nuvem, ou seja, não quer aparecer sempre.

          Fica presente durante o dia, mas dá o seu lugar à noite para que a Lua brilhe, ou seja, sabe dar oportunidade aos outros.

          Dá sua luz a todos que dela precisam, ou seja, não exclui nenhum ser ou coisa.

          Pode não aparecer em um dia chuvoso, mas mesmo assim está presente no infinito, ou seja, passa confiança para os que dele necessitam.

          Siga o exemplo do Sol!

          Seja um servo humilde de seu próximo, ilumine o caminho dos outros, não queira ser o maior de todos, dê oportunidade de crescimento para as outras pessoas, não exclua ninguém e passe confiança para os que estão ao seu lado e necessitam de você.

 

*   *   *

Dedico esta obra às pessoas que sonharam

juntamente comigo e que possibilitaram a

concretização de mais este sonho.

 

A Deus, o Rei dos Reis,

aos meus familiares, aos amigos

 do Curso Normal Superior – UNEC,

aos meus queridos alunos e alunas,

aos alunos e funcionários da APAE.

 

Os exemplos, da vida cotidiana,

são lições para a eternidade.

 

José Maria Cardoso

 

 

UMA PESSOA ESPECIAL

 

          Marcos França, este é o nome do nosso herói do dia-a-dia, nasceu em uma cidade do interior mineiro chamada Coronel João Cláudio, uma cidade com aproximadamente 20.000 habitantes na época. Seus pais não possuíam muitas riquezas, mas tinham trabalhos regulares e eram muito felizes. Marcos era o primeiro filho do casal, o seu nascimento já era esperado há muitos anos e quando aconteceu encheu de alegria  aquele lar.

          Os primeiros dias de sua vida foram normais, com Marcos muito sorridente. Mas ao ser realizado o “Teste do Pezinho”, ficaram comprovadas as suspeitas de sua mãe, que não notara ainda os movimentos das pernas do filho. Marcos tinha Atrofia Muscular e dos Nervos dos Membros Inferiores (paralisia da cintura para baixo). Os médicos previram para ele uma vida monótona e sem muitas possibilidades de mudança, provavelmente em uma cadeira de rodas ou até mesmo vegetando junto a uma cama, como era comum acontecer com todas pessoas que possuíam aquela doença; doença esta que aos poucos vai atrofiando os outros órgãos do corpo. A notícia deixou os seus pais muito tristes, pois os dois sempre foram muito dinâmicos, e esperavam o mesmo do filho. O pai fora um grande corredor de maratonas e a mãe uma excelente jogadora de vôlei na juventude, chegando os dois a participarem e ganharem competições profissionais. Eles sabiam das dificuldades que viriam com aquela notícia. Um sentimento de revolta invadiu os dois e, perguntavam:

          ___ Por que nós? O que fizemos para merecer tal castigo? Como será a nossa vida agora? Compensa ter um filho nestas condições? Teremos forças para superar os preconceitos das outras pessoas? É justo, para Marcos, uma vida assim?

          Os avós de Marcos, paternos e maternos, tentavam de todas as formas levantar a auto-estima dos filhos, mas eles mesmos sabiam que não era fácil entender as dificuldades da vida, e que a revolta frente ao desconhecido é até normal. Eles falavam:

          ___ A experiência de vida que temos, nos faz saber que tudo que parece ser terrível em um momento pode não ser tão terrível daqui a dez anos. Vamos deixar que o tempo nos mostre como será a vida de Marcos no futuro. O que ele mais precisa agora é do amor de sua família e da proteção que traz a presença de vocês na vida dele.

          O tempo passa, Marcos torna-se uma linda criança de olhos negros, cabelos cor de fogo, com muita alegria e razoável saúde física, apesar de realmente a Atrofia Muscular e dos Nervos dos Membros Inferiores tê-lo deixado em uma cadeira de rodas. Por outro lado, os seus membros superiores (braços) tornaram-se fortes, fazendo com que ele movesse em sua pequena cadeira para todos os lugares da casa e do quintal. Ou melhor, ele só conhecia a casa e o quintal, pois poucas vezes saíra na rua. Muitos dos garotos e garotas, seus vizinhos, nem sabiam de sua existência. Os que sabiam de seu problema, zombavam dele, dizendo palavras maldosas. A grande verdade é que poucas pessoas, além de seus familiares sabiam que seus pais tinham um filho ou que era um filho problemático. Os pais escondiam, por vergonha dos amigos, a existência de Marcos, ou simplesmente, não comentavam o assunto por acharem desagradável. Sempre que, Marcos questionava com sua babá Marta o porquê de não poder ir lá fora brincar com as outras crianças, que viviam gritando e pulando na rua em frente a sua casa, Marta respondia:

          ___ Seus pais querem te proteger da maldade das pessoas, que não compreendem as diferenças das outras pessoas como você e passam a criticá-las ou até machucá-las sem nenhuma razão. É melhor que aprenda a viver longe das outras pessoas que não entendem sua forma especial de viver. Assim, você será mais feliz.

          À medida que ia crescendo, sua vida foi-se tornando uma grande monotonia, principalmente pela frustração de não poder conviver com outras pessoas. A televisão passou a ser uma grande companheira, inseparável, e a janela do quarto o seu contato com o mundo agressivo, como ele pensava realmente ser por insistência das pessoas que estavam a sua volta. Da janela, ele via as crianças de sua idade irem e virem da escola, com suas mochilas coloridas e pesadas nas costas. Todas as noites, ele perguntava aos pais por que não ia a escola como as outras crianças. A resposta era sempre a mesma:

          ___ Assim é melhor para todos, e Marta já lhe ensina tudo o que precisa saber: escrever, ler e fazer continhas. Ir à escola só traria complicações para a sua vida, além de trazer problemas para as pessoas que não estão acostumadas a conviver com pessoas como você. Não é justo levar as nossas dificuldades para elas.

          O que seus pais não sabiam era que Marcos sentia vontade de conhecer e participar da vida de outras pessoas. Um sentimento de inferioridade passou a tomar conta de Marcos, em seus lábios já não havia mais aquele sorriso maroto de alegria. O seu quarto cheio de brinquedos de todos os tipos e formas multicoloridas, que antes fora o seu mundo encantado, não mais enchia o vazio de seu coração, que clamava pela companhia de outras pessoas ao seu lado. Marcos, por ser um garoto muito obediente e que amava demais os pais, preferia acreditar que realmente era melhor para todos viver longe do mundo externo a sua casa.

          O quadro depressivo de Marcos só piorava, passando a ocorrer também complicações físicas em outras partes do corpo. Os seus pais levaram-no a um psicólogo, especializado em pessoas especiais. O que ouviram do psicólogo eles já sabiam, mas não queriam acreditar ou aceitar. O psicólogo concluiu a consulta dizendo:

          ___ A falta de contato com outras pessoas está matando pouco a pouco a felicidade e a sanidade de Marcos, e seu estado mental depressivo está acelerando o processo de decomposição física. Através de minha experiência profissional, sugiro que o levem para a escola. Pois a escola é o lugar das diversidades, das mudanças, do crescimento e maturidade psicológica, sendo assim, o ambiente perfeito para a socialização de qualquer indivíduo, principalmente no caso de Marcos. ___ Ficou em silêncio por alguns instantes e finalizou. ___ Mesmo que traga muitas complicações.

          Com muita relutância, os pais de Marcos concordaram em levá-lo para a escola. Não sabiam eles que, agora sim, viveriam na pele o que realmente significava a palavra “preconceito”.

          Com uma carta, contendo as informações físicas e psicológicas de Marcos, nas mãos, os seus pais saíram à procura de uma escola que o aceitasse como aluno. Começando pelas mais próximas de sua casa até as das cidades vizinhas. Em todas, ouviram que havia muitas vagas, mas quando mostravam a carta com a apresentação física e psicológica de Marcos ou simplesmente falavam que tipo de aluno seria, sempre os funcionários da escola encontravam uma desculpa para não realizarem sua matrícula. O jeito foi apelar para o Poder Judiciário, que obrigou as escolas a aceitarem aquela criança entre os seus educandos, pois estava na Constituição Federal que “todas as crianças em idade escolar têm o direito e o dever de receberem uma educação regular e sistematizada”. Assim, finalmente Marcos iria para a escola.

          No dia marcado, para ser o primeiro dia de sua vida escolar, Marcos levantou-se bem cedo. Com a ajuda de Marta, arrumou-se, tomou um café apressado e fez questão de empurrar a sua cadeira de rodas até o portão. Suas mãos fortes giravam as rodas da cadeira com agilidade, que o impulsionavam para a rua, para a liberdade.

          Na porta de casa, encontrou o primeiro obstáculo, o meio-fio da calçada, que se transformou em um gigante assustador que o impedia de avançar. Nos oito anos que passara locomovendo-se somente em sua casa – que era totalmente rebaixada e sem obstáculos à sua cadeira de rodas –, ele   imaginava que na rua não encontraria dificuldades para conduzir sua cadeira de rodas, que a rua seria uma extensão fiel de sua casa, um lugar em que pudesse ir e voltar quando desejasse.  Mas o que ele viu foi o contrário, na rua, tudo a sua volta eram obstáculos e mais obstáculos, que não foram feitos pensando em pessoas com necessidades especiais como ele. A estrutura da rua dizia, em silêncio, que ali não era lugar para cadeiras de rodas, ou melhor, que elas não existiam. Com um pouco de dificuldade, Marta desce a cadeira de rodas da calçada para a rua, e Marcos descobre outro problema, as pedras irregulares do calçamento não deixavam que ele empurrasse a cadeira de rodas com seus braços, o risco de um tombo era muito grande. Novamente, Marta tornou-se as pernas de Marcos. E assim, Marcos vai pulando de buraco em buraco com sua cadeira de rodas em busca da felicidade.

          A escola, que acatou a decisão Judicial, ficava a aproximadamente quatro quilômetros de sua casa. Outro problema surgiu. Marcos descobriu que os Ônibus Circulares também não foram feitos para pessoas que usam cadeira de rodas. Marta tinha que pegá-lo no colo, colocar em um dos bancos traseiros, buscar a cadeira de rodas, comprar e pagar as duas passagens, pegá-lo novamente no colo, passar com enorme dificuldade pela Catraca da Roleta, colocá-lo em outro banco, quando tinha, e ainda buscar a cadeira de rodas. O que sempre acontecia juntamente com o protesto de alguns passageiros e do próprio motorista, que estavam apressados para continuarem suas vidas e nem importavam com as condições de viagem de Marcos. Era raro quando encontravam uma “alma caridosa” que os ajudavam no processo de subida e descida do ônibus. Na escola outro problema, sua entrada principal, e única, tinha, nada mais nada menos, que 20 degraus de escada, que eram estreitos e irregulares. Dentro da escola, outra surpresa para Marcos, em cada porta de sala tinha um degrau para subir ou descer ao entrar. Depois de toda esta maratona de dificuldades, Marcos estava finalmente dentro de sua sala de aula, bem antes dos outros colegas e da professora. Como fora combinado com a escola, Marta não poderia acompanhá-lo durante as aulas e voltou para casa.

          Encostado em um dos cantos da sala, Marcos via os seus futuros colegas chegarem um a um. Alguns olharam em sua direção, viram-no e viraram os rostos; outros olharam e não o viram; e outros nem olharam em sua direção. Uma sirene estridente toca ao longe e uma professora apressada entra em cena. Com um “Bom-dia” seco e sem vida, ela começa a aula. Pede aos alunos que peguem os cadernos e livros para a correção do “Dever de Casa”, vira para o quadro e começa a escrever as respostas imediatamente. Somente após alguns minutos, quando o quadro já estava lotado de palavras, frases e continhas, ela olha para a turma com mais atenção, assim, percebe a presença de Marcos, e diz:

          ___ Já havia esquecido que teríamos um novo aluno na sala hoje. Lembro-me agora que a diretora falou a seu respeito na reunião de professores de alguns dias atrás. Qual é o seu nome garoto?

          Marcos olhou fixamente para a professora por um instante, antes de dizer seu nome em um sussurro. Como se não quisesse ser percebido. 

          ___ Maaaarrrcoos... Marcos França.

          ___ Marcos. Então este é seu nome. ___ expressou a professora sem qualquer emoção na voz. ___ Muito bem Marcos, nossa turma já começou a estudar faz três meses, e portanto, você terá que estudar muito para chegar ao nível de seus colegas. Não sei se terei tempo para voltar atrás com as matérias só por causa de você. Mas se você não atrapalhar nossas aulas já estará tudo bem.

          Com estas palavras a professora encerrou a apresentação, se pode dizer que foi uma apresentação, voltando a escrever no quadro e os alunos a corrigirem mecanicamente os deveres de casa. Marcos ficou durante alguns minutos pensativo, abriu o seu caderno e passou a copiar o que estava no quadro. Neste momento, agradeceu pelas lições que Marta lhe havia ensinado, pois já sabia ler, escrever e efetuar continhas com certa facilidade. Ele encontrou certa dificuldade no início para escrever, pois sua cadeira de rodas não adaptou a mesa escolar e as cadeiras da escola não tinham o conforto necessário para que se sentasse nelas, além de que, ficar atrás dos outros alunos o atrapalhava ver a lousa. Mas ele sabia que não podia fracassar naquele primeiro dia e continuou escrevendo.

          Na hora do recreio, a situação piorou. Quando a sirene tocou, os seus colegas saíram correndo e a professora saiu também apressada para a sala dos professores e, esqueceram o pobre do Marcos em seu canto. Ele empurrou sua cadeira de rodas com certa facilidade até a frente da sala, mas ao chegar a porta encontrou o degrau para descer como um obstáculo cruel. Ficou durante alguns minutos esperando que alguém passasse por ali e o ajudasse a descer, mas os corredores estavam vazios. Como gostaria que Marta estivesse ali, pensou ele. Em um momento de coragem, e ao mesmo tempo de desespero, empurrou a cadeira em direção do pequeno degrau, mas enorme inimigo das cadeiras de rodas. No instante seguinte, estava no chão e a cadeira de rodas virada em cima dele. O seu corpo doía muito, sua idéia de sair de sala não tinha sido muito boa, reconheceu Marcos. Mas havia saído da sala de aula e vencido o primeiro obstáculo sozinho e estava feliz como nunca estivera em toda a sua curta existência. Com grande dificuldade, conseguiu colocar a cadeira na posição certa e acomodar-se nela; suspirou profundamente e seguiu caminho em direção aos gritos de alegria que vinham do refeitório, torcendo para não encontrar mais obstáculos. Chegando lá, todos ficaram surpreendidos ao vê-lo. Sendo que alguns alunos, de outra sala, aproximaram-se dele e começaram a conversar, surgindo uma certa simpatia entre eles. Na volta, três deles propuseram a ajudá-lo a entrar na sala novamente. A professora, ao saber do ocorrido ficou arrependida, pois sabia que havia agido muito mal com Marcos. Mas logo passou o arrependimento, e ela não mais deu atenção ao ocorrido com ele. Em poucos minutos, a lousa já estava lotada de deveres novamente, enquanto as crianças tentavam acompanhar o ritmo apressado da professora.

          Ao voltar para casa naquele dia, Marcos sabia que não havia conseguido muito do que queria quando resolveu ir para a escola, mas estava ansioso para voltar no outro dia para vencer novos obstáculos.

 

*  *  *

          No outro dia, Marcos chegou mais cedo ainda, com a ajuda de  Marta ocupou seu lugar e depois pediu que ela fosse embora como no dia anterior. Todo o itinerário do dia anterior voltou a acontecer. Os alunos foram entrando e sentando em seus lugares sem o perceber; a professora entrando apressada e já pedindo para abrirem as mochilas, pegarem os cadernos para a correção do “Dever de Casa”, sem também perceber sua presença. Quando ela estava para começar a correção dos exercícios, Marcos a chamou, quase gritando:

          ___ Professoooraa!!! Professora!!! Eu trouxe uma mensagem para a senhora ler agora.

          Sem falar nada e com uma expressão no rosto mais dura que pedra, a professora caminhou até sua carteira, arrancou a mensagem de suas mãos, voltou para frente da classe, começou a ler o título da mensagem “Posso Te Ensinar”, não gostou do título, quis parar de ler e jogar aquela mensagem na lata de lixo. Mas notando o olhar atencioso de Marcos e não querendo ficar mal diante do resto da turma, que também estavam curiosos, continuou a ler. À medida que foi lendo, em silêncio a mensagem, sua expressão facial foi ficando mais suave, depois emocionada, chegando as lágrimas no final do texto. Parou de ler, caminhou até a carteira de Marcos novamente, lhe deu um forte abraço, pediu perdão com o olhar e voltou a seu lugar.  Pediu atenção dos outros alunos, que estavam sem entender nada e começou a ler outra vez a mensagem “Posso Te Ensinar”, agora em voz alta para toda a turma. A reação da turma foi semelhante a da professora. Todas as pessoas, que estavam naquela sala de aula no dia, nunca mais foram as mesmas após aquela mensagem. E ainda no mesmo dia, aquela professora leu e releu a mensagem de Marcos para várias pessoas e, fez questão de fazer um cartaz  enorme com a mesma, que foi colocado em local de destaque na entrada da escola; durante dias, as pessoas passavam, paravam, liam e algumas até copiavam a obra de Marcos.

          O tempo passa, e com ele, Marcos demonstra que apesar de suas limitações poderia ajudar e muito a escola e os colegas. Ele passou a ser admirado, em toda a escola por sua brilhante inteligência e força de vontade. Marcos ficava de fora das brincadeiras de correr ou chutar, mas era o primeiro a ser escolhido para brincadeiras de memorização ou para jogar basquete, pois não errava nem uma pergunta ou um lance na cesta. A professora, que antes mantinha distância da turma, passou a ir mais vezes a mesa dos alunos, conversar assuntos diversos, fazendo um trabalho personalizado e atrativo. No recreio, ela já não mais saia correndo para a Sala dos Professores, mas antes ajudava Marcos a ir para o refeitório, passava um tempo com seus alunos, algumas vezes até participava de suas brincadeiras e só depois ia para a Sala dos Professores, quando ia. Ela sabia que sua mudança, pessoal e profissional, era devida a presença de Marcos na escola. A própria escola como um todo saiu ganhado, ao ver o fim de sua arquitetura excludente e preconceituosa cheia de degraus, que deu lugar a várias rampas e corrimões. Todos os alunos e funcionários notaram que as dores musculares das pernas e as distorções na coluna, que eram causadas pelo excesso de escadas, tinham ficado no passado. As relações entre as pessoas tornaram-se muito mais humanas, abertas para o diferente e o novo. Assim, tornando-se um ambiente verdadeiramente educativo. 

          Vários anos depois, Marcos e sua turma concluíam o Ensino Médio, sendo  Marcos o orador da turma. Na platéia, sua professora primária ouvia atenta cada uma de suas palavras com os olhos cheios d’água, enquanto Marcos recordava os seus primeiros dias naquela escola. Os seus pais e Marta também ouviam atentos e emocionados a cada palavra.  Marcos terminou seu discurso dizendo:

          ___ Amigos, para muitos de vocês este pode ser o fim da caminhada escolar, uns por não quererem, outros por não terem condições ou coragem para saírem de nossa cidade em busca de estudo; mas para mim que a vida é um constante começar de novo, não quero parar agora, pretendo fazer o vestibular para Direito na capital, formar-me o mais rápido possível e depois lutar para que cada pessoa Portadora de Necessidades Especiais tenha um lugar “ao Sol”, que possam sair de seus estados vegetativos, lutem contra as barreiras, descubram que há uma vida muito melhor a ser construída fora dos limites de suas casas. Quero lutar, até a fronteira de minhas forças, para que todos possam ter o direito de ir e vir respeitado, de poderem fazer a sua própria história.

          Um pipocar de aplausos surgiu em todo o auditório. Seus pais, agora, sabiam o porquê da vida de Marcos, de sua importância para sua família; ele não era um fardo, mas sim, um presente de amor.

 

*  *  *

          Marcos passou em um dos primeiros lugares do vestibular de Direito, entrou na universidade, formou-se advogado com louvor e o reconhecimento de todos os colegas e professores. Mas o maior de seus feitos, na universidade, foi tornar-se um Velocista Cadeirante (atleta que usa cadeira de rodas para correr) e jogador de basquete para Portadores de Deficiência Física; onde fora campeão em várias oportunidades, levando suas idéias de liberdade de movimento e pensamento para todos os lugares por onde passava competindo. Com poucos anos de formado, Marcos já era um respeitado advogado, admirado por suas palavras marcantes e dedicação nas Causas Judiciais que respeitavam a dignidade das pessoas. Todos os seus amigos e clientes sabiam que ele nunca desistia de buscar a justiça e de lutar por seus objetivos. Ele tornou-se sócio de um de seus antigos professores da universidade em uma Empresa de Consultoria Jurídica, conseguindo ainda mais confiança e respeito em seu trabalho. Um certo dia, ele percebeu que estava na hora de voltar para sua cidade natal; colocar sua experiência em favor de sua causa primeira de ter vindo morar na capital: lutar em favor dos Portadores de Necessidades Especiais.

          Chegando em Coronel João Cláudio, ele sentiu-se revivendo o primeiro dia que fora à escola. Ao descer do carro, que era totalmente adaptado para ele, Marcos encontra-se de frente com o obstáculo das calçadas não-rebaixadas e da rua irregular; tentou locomover-se, mas levou um enorme tombo, que novamente lhe fez recordar o tombo que levara ao tentar descer o degrau da sala de aula para ir ao recreio, também no primeiro dia de aula. Ali no chão, Marcos viu passar, repentinamente, todas as amarguras que passara durante sua vida escolar, mas o mais estranho é que não encontrou aqueles sentimentos amargos do passado em seu coração, pois sabia que tudo o que passara na infância, o haviam preparado para a vida do presente, cada obstáculo no caminho tornou-se um motivo a mais para caminhar em direção aos seus objetivos. Com muita dificuldade, Marcos voltou para o carro e ligou com seu telefone celular para os seus pais, que logo abriram o longo portão que dava entrada para sua antiga casa. Dez anos haviam se passado, desde a última vez em que entrara naquele local. A  familiaridade e as lembranças que aquele lugar trazia do passado lhe invadiram em cheio, levando-o as lágrimas.

          Sua mãe estava envolvida em um avental respingado de farinha de trigo e seu pai tinha entre as mãos o pacote de trigo. Com um forte abraço eles acolheram o filho. Há alguns anos atrás, os pais de Marcos aposentaram-se em suas funções e agora dedicavam a vida um ao outro, na tentativa de redescobrir um tempo precioso que ficara no passado distante. Eles carregavam em seus corações um certo pesar por não terem sido no passado uma presença acolhedora na vida do filho, principalmente nos momentos mais difíceis de sua vida escolar. Sabiam que por medo de caminharem juntamente com o filho e ajudá-lo a ultrapassar os obstáculos, eles paralisaram-se nos caminhos de suas próprias felicidades. Mas agora não queriam mais perder tempo, tinham o firme propósito de amar e apoiar de verdade um ao outro e ao filho idealista. A imagem dos três ali abraçado eternizou-se no olhar dos curiosos que passavam na rua, paravam e sorriam daquela cena de amor. 

          Dentro de casa, Marcos falou a seus pais de suas expectativas para o futuro. Eles ouviram com atenção. E juntos traçaram metas e propostas para a concretização dos ideais de Marcos.

          Nos seus trinta anos de vida, Marcos teve várias paixões, gostou verdadeiramente de algumas garotas, possuiu alguns relacionamentos ocasionais na época da universidade, mas preferia estar sozinho neste aspecto. Na verdade, tinha um enorme medo de se entregar completamente a alguém e depois ser desprezado por sua deficiência. Assim, Marcos começava e logo terminava todos os seus relacionamentos. Em outras vezes, era a família da garota que não aceitava o relacionamento, e Marcos sabia que não podia culpá-la, por causa de um preconceito que vem de muito tempo atrás, que diz: “Envolver-se com pessoas deficientes é carregar um fardo desnecessário pelo resto da vida”. Por outro lado, Marcos canalizava todas as suas energias para as suas metas.

          Poucos dias após sua chegada a sua cidade natal, Marcos já havia entrado com vários Recursos Judiciais contra o Poder Municipal e Estadual, mas em favor das pessoas Portadoras de Necessidades Especiais, com a finalidade de garantir o reconhecimento do direito de ir e vir, o direito a educação e assistência médica a todas essas pessoas. Graças ao seu brilhantismo com advogado, várias de suas Ações Judiciais foram dadas como favoráveis. Uma de suas maiores vitória foi conseguir a autorização judicial para fazer um pesquisa geral das pessoas Portadoras de Necessidades Especiais que moravam na cidade, para futuramente fundarem uma associação que tratasse dos interesses dos mesmos. Ele sabia que da mesma forma que no passado vivera escondido das outras pessoas, também deveria haver dezenas, centenas e até milhares de pessoas Portadoras de Necessidades Especiais vivendo no anonimato em sua cidade, no Brasil e no mundo, sem os direitos à dignidade, de ir e vir, de estudar e conviver com as outras pessoas, entre vários outros. Ele também sabia que quanto mais se esconde um fato ou problema, mais difícil torna-se a sua solução, que as melhores fórmulas para acabar com o preconceito contra as “pessoas especiais” é a informação e a convivência em sociedade, porque acaba com os medos que surgem dos dois lados. Mas uma das suas Ações Judiciais sofreu várias derrotas consecutivas, a que obrigava uma mudança geral na arquitetura e no comportamento do trânsito da cidade, ou seja, que os prédios possuíssem entradas com rampas ou elevadores, que as calçadas fossem rebaixadas, que as ruas ganhassem um asfaltamento sem estruturas irregulares, que as ruas tivessem faixas exclusivas nos cruzamentos para o deslocamento de cadeiras de rodas, que os ônibus coletivos fossem adaptados e com lugares reservados para as pessoas Portadoras de Necessidades Especiais, favorecendo assim o trânsito destas pessoas, principalmente as com necessidade físicas e visuais. Marcos sabia que estava mexendo em uma área muito complicada e que envolveria milhões de reais, portanto, fora do interesse do Sistema Capitalista da atualidade. 

          Durante vários anos, Marcos lutou para aprovar um novo projeto arquitetônico, não-excludente, para a sua cidade. Buscou ajuda em todos os setores da sociedade; foi atrás de apoio da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores, mas nada deu certo. Ele sabia que sem uma mudança no coração das pessoas que estavam no poder e na sociedade como um todo, não conseguiria sucesso com aquela proposta, e passou a buscar formas para concretizar esta mudança. 

 

*  *  *

          A vida de Marcos começou a deteriorar-se. Como não mais praticava esportes por falta de tempo, que era totalmente tomado por sua vontade insaciável de concretizar os seus objetivos, ele passou a apresentar complicações nos músculos e nervos dos membros superiores e o seu coração já apresentava modificações consideráveis. As pessoas começaram a notar seu abatimento físico, que ficava evidente na sua voz cada vez mais  fraca. Os seus pais incentivavam-no a maneirar em suas atividades como advogado, mas sua vontade de superar os desafios era muito maior do que ele próprio. As derrotas sucessivas frente à população e ao Poder Municipal eram outras fontes de stress constante. A cada novo dia, Marcos via os seus sonhos ficarem mais distantes, mesmo sabendo que já havia conquistado muitas vitórias importantes em prol desses mesmos sonhos.

          Um certo dia, uma manchete no jornal local lhe chamou a atenção, ela dizia: “Grande Maratona da Solidariedade, em comemoração ao 200 anos de fundação da Cidade de Coronel João Cláudio. Prêmios e reconhecimento público para os vencedores”.

          Marcos leu a manchete várias vezes e ficou com ela no pensamento durante o dia todo. Em seu escritório no centro da cidade, ele por vários momentos também questionou com seus amigos e funcionários uma forma de usar a Grande Maratona da Solidariedade em favor de sua causa, ou seja, chamar a atenção de toda a população para os problemas enfrentados pelos Portadores de Necessidades Especiais. Sem encontrar uma idéia, ele esqueceu a manchete.

          Naquela época, a Associação de Assistência ao Portador de Necessidades Especiais “Sol Nascente” (AAPNESN) da cidade de Coronel João Cláudio iniciava as suas atividades,  atendendo cerca de 50 alunos especiais, um número insignificante diante dos 1300 Portadores de Necessidades Especiais, adultos ou crianças, que foram notificados na cidade, que agora contava com aproximadamente 80 mil habitantes. Em uma das tardes em que Marcos estava na AAPNESN, ele viu dois garotos fazendo uma corrida de cadeiras de rodas, lembrou de sua época de universidade, e teve uma grande idéia: voltaria a praticar esportes, entraria na  Grande Maratona da Solidariedade, venceria ou no mínimo chegaria ao final, e assim, demonstraria a todos que os Portadores de Necessidades Especiais são tão importantes quanto os seus melhores atletas e tão capazes quanto os mesmos de vencerem obstáculos.

          Ao voltar para o escritório naquele dia, Marcos estava radiante. Ele ligou para um preparador físico, especializado em Atletas Portadores de Necessidades Especiais, que conhecera na época em que praticara o atletismo na universidade, que aceitou sua proposta. Em poucos dias, eles estavam treinando com grande tenacidade, mesmo sob o protesto dos pais de Marcos, que consideravam a idéia um verdadeiro suicídio, pois a saúde dele, bem como os seus movimentos, ficavam a cada dia mais debilitados. Marcos pediu aos seus funcionários que espalhassem ou divulgassem da melhor forma possível a notícia de sua participação na Grande Maratona da Solidariedade. Foram feitas entrevistas em jornais, rádios e na televisão local; folhetos e mais folhetos e milhares de camisas com mensagens relacionadas ao objetivo de sua participação: sensibilizar toda a população e o poder político da cidade em favor da melhoria de vida das “pessoas especiais”. O mais difícil foi convencer aos organizadores da maratona a deixá-lo participar no meio dos outros atletas, sendo ele um Velocista Cadeirante. Outra vez, foi necessário que Marcos apelasse para a Justiça, que concedeu o direito a ele de participar da maratona. Agora, só faltava a sua dedicação para ganhar a maratona. Que como todos na cidade sabiam, sua dedicação e generosidade eram muito maiores que ele próprio.

          Em poucos dias, os comentários das pessoas, que estavam direcionados a Grande Maratona da Solidariedade, voltaram-se para a surpresa de que um Portador de Deficiência Física participasse da maratona de igual para igual com os outros competidores e ainda dizendo que iria ganhá-la. Uns diziam que ele conseguiria realizar o percurso, outros que era impossível e, ainda outros mais otimistas diziam que tudo era possível para uma pessoa determinada como Marcos. 

         

*  *  *

          O grande dia da maratona finalmente chegou. Os maratonistas, vindos de todas as cidades da região, estavam irrequietos para começarem a corrida. Os maratonistas deveriam correr do Distrito de Campo das Matas, ao norte, até o Estádio Municipal de Atletismo da cidade de Coronel João Cláudio, ao sul da cidade. Uma distância aproximada de 50 quilômetros, com algumas subidas e descidas que poderiam complicar o desenvolvimento de Marcos e dos outros competidores na corrida. O Estádio Municipal, onde seria a chegada, ficava a uns 2 quilômetros fora da cidade e, durante toda a manhã as pessoas iam e viam para ver os preparativos da corrida. O treinador de Marcos seria o seu único apoio durante a corrida, sendo que ficara combinado que de forma alguma deveria tocar em sua cadeira de rodas, caso isso acontecesse Marcos seria desclassificado imediatamente. 

          Os maratonistas estavam em suas posições a espera do sinal de largada. Em sua cadeira de rodas, Marcos parecia um pedaço de madeira, fixo, tal era a sua concentração. Ele estava na melhor forma física possível, considerando as suas recentes complicações metabólicas. O som de um tiro fez com que todos os corredores se pusessem a correr o mais rápido possível. Marcos permanecia nas primeiras posições e, aumentava a velocidade, sendo acompanhado de longe pelo seu treinador. Na cabeça de Marcos um só pensamento: ganhar a competição.

          No Estádio Municipal de Coronel João Cláudio, uma enorme e  ansiosa população esperava a chegada de seus heróis. Um locutor de voz vibrante anuncia:

          ___ Atenção! As pessoas próximas à linha de chegada, façam o favor de abrirem espaço, pois os nossos competidores estão chegando.

          De pé, nas arquibancadas, as pessoas voltam o olhar para a entrada do estádio, na esperança de ser Marcos o primeiro colocado. O primeiro competidor entrou e cruzou a linha de chegada, o segundo e o terceiro competidor também cruzaram a linha de chegada e nenhum deles era Marcos. A multidão estava decepcionada com ele, mas sabiam que era pedir demais que Marcos cruzasse a chegada entre os primeiros lugares. Todos os outros competidores chegaram e cruzaram a linha de chegada. Esperaram mais uma hora após a passagem do último competidor e nada de Marcos surgir.

          Longe dali a uns cinco quilômetros, Marcos lutava para empurrar sua cadeira, suas mãos estavam inchadas, doloridas e até apresentavam pequenos ferimentos. A pista de corrida com muitas subidas e descidas,  os buracos no asfalto e o chuvisco que começou a cair durante o percurso, dificultaram ao máximo a maratona para Marcos e ele tinha total consciência que agora era quase impossível vencer aquelas barreiras inesperadas até a linha de chegada. Do seu lado, o treinador insistia para Marcos aceitar ajuda e desistir daquele propósito, que poderia custar a sua vida caso continuasse.  Com um grito de fúria, Marcos respondeu:

          ___ Não! As únicas coisas que tenho para orgulhar sãos as minhas conquistas realizadas pela perseverança nos meus objetivos. Se eu desistir, me tornarei um fracassado, sem coragem de olhar nos olhos das outras pessoas e pedir que acreditem em mim. Se eu quero que as pessoas acreditem em mim, preciso primeiramente acreditar que eu posso e vou conseguir.

          Ao terminar de dizer essas palavras, Marcos suspirou profundamente e impulsionou as rodas da cadeira também com fúria. Agora, na sua cabeça havia outro pensamento: chegar e ultrapassar a linha de chegada, mesmo sabendo que só os dois, ele e o treinador, presenciariam a realização de seu objetivo. Ao longe, avistou o Estádio Municipal com suas luzes apagadas, simbolizando que não havia mais ninguém a espera de sua chegada.

          Durante os poucos metros que faltavam para chegar ao estádio, Marcos relembrou todos os momentos que antecederam sua entrada naquela maratona; começando por sua infância, passando pela universidade, até aquele momento. Sem muita pressa e com o corpo muito dolorido, ele entrou no Estádio Municipal que estava totalmente às escuras e em um silêncio assustador. Buscando suas últimas forças no fundo de sua auto-estima, Marcos empurra com força a cadeira de rodas e ultrapassa a linha de chegada. Levanta os braços e dá um enorme grito de felicidade, mas também de revolta. Que ironia, havia terminado, conseguido sua meta e não havia mais ninguém ali para vê-lo, para sentir a emoção que saltava de seu coração, além é claro do seu treinador. 

          De repente, uma a uma as luzes dos refletores do estádio foram sendo acesas. Gritos eufóricos começaram a ecoar por todos os lados, aplausos pipocaram no ar e, entre lágrimas, Marcos viu uma enorme quantidade de pessoas enlouquecidas de emoção, a olhar para ele como que para um ídolo. No alto-falante, o locutor anuncia, também emocionado:

          ___ Marcos! Esperamos por você porque sabíamos que não desistiria e, todas estas pessoas querem lhe parabenizar, por nos fazer compreender que vencer nossas deficiências e medos é o primeiro degrau para conseguirmos nossos sonhos. Receba agora um pequeno presente de todos nós.

          O promotor da Maratona da Solidariedade caminhou em sua direção, entregou um envelope azul e Marcos o abriu rapidamente com suas mãos trêmulas. Ao ver o conteúdo do envelope, o seu coração começou a bater como uma caixa de repique. Dentro do envelope estavam várias folhas com assinaturas de aproximadamente 30 mil pessoas, mais do que o necessário para conseguir a aprovação popular de um Projeto de Lei que certamente mudaria o rosto da arquitetura e do trânsito da cidade, fazendo com que ficassem muito mais acolhedores para todas as pessoas, Portadoras de Necessidades Especiais ou não. Marcos olhava, mas não acreditava no que estava acontecendo; sim, havia conseguido comover toda uma cidade.

          Na frente de Marcos, surgiu os seus familiares e todos os membros da Associação de Assistência ao Portador de Necessidades Especiais “Sol Nascente” trazendo em suas mãos uma enorme faixa com a frase:

 

          “AINDA QUE NÃO POSSAMOS CAMINHAR LIVREMENTE, AVANÇAREMOS MESMO QUE SEJA UM MILÍMETRO POR DIA; POIS AS GRANDES OBRAS NÃO SÃO REALIZADAS PELA FORÇA, MAS PELA PERSEVERANÇA”.

 

          Em questão de segundos, eles estavam abraçando-o com carinho e parabenizando-o. Aquele garoto do passado, agora era um vencedor, o orgulho de toda uma cidade. Que fez todas as pessoas ali transformarem aquela maratona, realmente, em um “sinal de solidariedade”.

 

*  *  *

          Mas a felicidade durou pouco, alguns dias depois, Marcos foi internado no hospital da cidade com Insuficiência Respiratória Generalizada. Com o esforço, que havia realizado durante a maratona, suas costelas e vértebras pressionaram seus pulmões, produzindo pequenas lesões, que por sua vez, provocaram o acúmulo de secreções nos mesmo. As secreções nos pulmões estavam matando-o rapidamente; o ato de respirar estava cada vez mais complicado para ele. Vivendo através de aparelhos, sua vida ainda provocava comoção na população da cidade de Coronel João Cláudio e, até das cidades vizinhas. As pessoas, que ficavam sabendo de seu quadro grave de saúde, começaram a fazer Plantões de Orações em frente ao hospital; em poucos dias eram milhares de pessoas que dormiam ao relento para confraternizar e passar energia positiva para Marcos e seus familiares.

          Marcos, que vencera tantos obstáculos durante a vida, não conseguiu vencer mais este. Ele morreu, aos trinta e cinco anos, deixando seus velhos pais e toda uma cidade órfãos de seu grande exemplo de perseverança e solidariedade; ele havia sido um sol a brilhar no horizonte daquela cidade tão escurecida pelo preconceito. Ele foi enterrado com honras de Herói Civil da cidade e um luto de três dias foi oficializado. Em sua lápide (catacumba), foi escrita a mensagem “Posso Te Ensinar”, de sua autoria quando criança; para que todos os indivíduos, que por ali passassem, compreendessem que qualquer uma pessoa pode mudar o seu destino e das outras pessoas ao seu lado. Para isto, é necessário acreditar em seus ideais, em Deus, que é a “Força Maior” que rege todas as outras forças e agir em favor da fraternidade.   

 

FIM

 

 

“POSSO TE ENSINAR”

 

          Posso não correr ao teu encontro... mas posso te ensinar a caminhar em minha direção;

          Posso não erguer os meus braços para um abraço forte... mas posso te ensinar o valor de um abraço, pois vivo esperando o teu;

          Posso não caminhar rapidamente com minhas muletas ou cadeira de rodas... mas posso te ensinar a paciência para fazer cada coisa em seu momento certo;

          Posso não ver com meus olhos imperfeitos... mas posso te ensinar a olhar as coisas com o olhar do coração;

          Posso não saber falar de amor... mas posso te ensinar a amar com a minha presença, enquanto cuidas de mim;

          Posso não ser a criatura mais bela de se olhar... mas posso te ensinar a olhar além das aparências;

          Posso não conseguir realizar grandes feitos, mudar o rumo da história dos homens... mas posso te ensinar a nunca desistir de seus objetivos e principalmente da vida;

clip_image001          Posso não ter autonomia, conseguir viver sozinho... mas posso te ensinar a entender a beleza que é contar com a ajuda de alguém;

          Posso não saber preparar a minha própria comida ou me alimentar sem ajuda de alguém... mas posso te ensinar o verdadeiro sentido do alimento da alma e a se alimentar deste amor;

          Posso não trabalhar ou produzir o mesmo que os outros considerados perfeitos... mas posso te ensinar a forma certa de viver cada dia com o pouco que a vida nos dá;

          Posso não poder carregar grandes fardos materiais... mas posso te ensinar a carregar e destruir o maior peso do mundo, o preconceito que tem no peito;

          Posso não dar grandes saltos com minhas pernas fracas... mas posso te ensinar a caminhar centímetro por centímetro em busca de nossos objetivos;

          Posso não ser a pessoa que esperava em sua vida... mas posso te ensinar a respeitar as pessoas como elas são;

          Posso não me mover, não fazer nenhum movimento ou gesto... mas, mesmo assim, posso te ensinar o poder da esperança;

          Posso não entender sua indiferença quando passa por mim e finge não me ver... mas posso te ensinar que a vida é importante e que sou seu próximo mais próximo, pois realmente preciso de alguém;

          Posso não ser aceito por ser um pouco diferente... mas posso te ensinar como é belo respeitar as diferenças;

          Posso não ser igual a todos... mas isto é apenas um detalhe, pois na verdade não há ninguém igual ao outro;

          Posso ser especial como dizem... mas este é o segredo para a felicidade do ser humano, reconhecer que todos são especiais;

          Posso não ser nada... mas sou tudo o que você precisa para ser alguém melhor;

          Posso lhe amar... mas é preciso que me deixe lhe amar antes.

                          Com carinho,                     

MARCOS FRANÇA

           

 

PARA AS PESSOAS ESPECIAIS COMO VOCÊ

 

          A vida é uma grande competição, mas nem por isso você precisa ganhar sempre;

          Na vida, há vencedores e os que não alcançaram os seus objetivos, mas não subestime o poder das outras pessoas se você for um dos vencedores;

            A sua vida pode transformar-se em um grande fiasco se você deixar, mas não culpe as outras pessoas pelo seu fracasso diante da vida;

          A vida é feita de escolhas, mas você não precisa excluir de sua convivência o diferente por este motivo;

          A vida é feita de aparências, mas as aparências enganam, evite fazer julgamentos, para também não ser julgado;

          A vida é marcada por horários, mas lembre-se de reservar um tempo livre para você mesmo. Aprenda a perder tempo como você;

          A sua vida pode estar tão cheia de compromisso que não sobre tempo para as coisas pequenas e simples, mas lembre-se que a falta de tempo é falta de organização sua no dia-a-dia;

          A sua vida pode estar lotada por diferentes pessoas, mas não dispense a companhia de seus familiares. Tenha tempo para eles;

          Na vida, há pessoas importantes, mas que, mesmo assim, precisam misturar-se no meio do povo;

          A sua vida é única, você é um ser especial e importante, mas não deixe seu ego ficar maior do que suas qualidades e limitações;

          A vida é uma construção gradativa, mas você não deve sonhar pelas metades, de pouquinho a pouquinho. Sonhe alto e seja feliz;

          A vida é uma constante luta entre o corpo e a mente, mas você deve lutar de corpo e mente por seus objetivos;

          Na vida, o amor deve ser gratuito, mas você não deve transformá-lo em uma liquidação de final de ano;

          Na vida, há pessoas que te amam verdadeiramente, mas você deve surpreender estas pessoas amadas em todos instantes para manter viva a conquista;

          Na vida, é necessário ganhar dinheiro, mas o dinheiro dever ser usado para trazer qualidade de vida e não para você perder a vida;

          A vida pode até ser um negócio lucrativo, mas você não deve negociar sua dignidade;

          Na vida, é comum acontecer as desilusões, mas é necessário cumprir as promessas que foram feitas a alguém, realizar o que foi tratado e manter viva a nossa dignidade;

          A vida pode acontecer pela metade, mas você deve dar o melhor de si em qualquer coisa que estiver realizando;

          A vida deve  ser construída com liberdade, mas as regras de convivência, entre pessoas e o mundo, foram feitas para serem cumpridas, quem quebra estas regras atrapalham a vida de todas as pessoas a sua volta;

          A vida é para ser vivida com toda a intensidade, mas não se esqueça de vivê-la com toda a força da caridade;

          Na vida, acontecem situações certas ou erradas, que podem ajudar ou atrapalhar nossos objetivos, mas é preciso fazer acontecer estas situações, não desistindo frente aos obstáculos, e acreditar em nossas convicções;

          Na vida, acontecem situações que estão além de nossas forças, mas não devemos entrar em desespero, porque o desespero é o início da derrota de nossas forças;

          A vida pode dizer não a nossa existência e nos afastar das pessoas, mas são nos momentos mais difíceis que necessitamos contar com a ajuda das outras pessoas;

          A vida pode ser sofrida e até mesmo cruel, mas um sorriso, na hora certa, abre as portas para a auto-realização, pois quebra a tensão do momento nos dando forças para continuar. Sorria e seja um vencedor;

          A vida atual é controlada pelas leis da estética corporal, mas lembre-se que cada um de nós tem a beleza e as formas do corpo de seu tempo;

          A sua vida pode ser tediosa e complicada, mas o melhor é relaxar e aproveitar os bons momentos produzidos por você mesmo;

          A sua vida pode ter caminhado por lugares errados e é possível que você tenha hoje motivos para sentir culpa, mas lembre-se que a culpa é um saco de tijolos que carregamos para todos os lados e, o que você deve fazer é simplesmente largá-lo na margem da estrada;

          A vida pode ser feita de erros constantes, mas todos podem mudar e, este é o maior direito do ser humano;

          Na vida, há objetivos que são bons e os que são maléficos, mas cuidado para não realizar os objetivos corretos através de meios incorretos;

          A vida pode parecer dura e inflexível, mas é quando transformamos o nosso jeito de ser que conseguimos realizar os objetivos almejados;

          Na vida, há coisas que são realmente impossíveis de acontecer, mas você pode e deve realizar as possíveis;

          Na vida, não dá para ter tudo o que queremos, e isto não é o mais importante, mas busque o que é essencial para você;

          A sua vida pode ser perfeita, mas mesmo assim, você deve continuar sua luta para melhorar a vida de outras pessoas a sua volta;

          A vida pode ter um fim, mas se você parar e deixar-se vencer pelas amarguras, deixará de buscar um objetivo maior: a eternidade;

          Na vida, tudo que você faz, que experimenta, que pensa, afeta quem você é. Você tem grande influência na criação de si próprio e de um mundo melhor. Se você quer mais amor no mundo, crie mais amor no seu coração.

          Na vida, o pior conselho é aconselhar, mas estas palavras não são conselhos inúteis, e sim, exemplos retirados da própria vida e que já ajudaram muitas pessoas especiais antes de você.

          Viva a vida!

 

            

REFLEXÕES PARA VIVER COM PAIXÃO

 

          O mundo que nos cerca às vezes parece ser acolhedor, em outras ocasiões parece ser um grande monstro a nos assombrar. Mas isto só acontece é por que os nossos olhos vêem o que queremos ver. Se você ficar sempre olhando para coisas negativas, os seus olhos só reconhecerão nas pessoas e nas coisas as suas qualidades negativas. Por outro lado, quando você abre o seu coração para a positividade, para as coisas boas da vida, os seus olhos passam a ver nas pessoas e nas coisas somente a beleza e suas formas positivas de encarar o mundo como um todo. A forma como olhamos o mundo é uma representação fiel do que somos, ou pensamos ser. Por isso, antes de sair por ai criticando pessoas e coisas, fugindo da realidade e buscando várias alternativas espetaculares para sua vida, análise a sua própria existência e, assim, você poderá resolver muitos de seus complexos íntimos e todos os seus conflitos como o seu próximo; pois o que você considera um “erro”, poderá ser motivo de alegria para o outro. Na verdade, não podemos dizer que o ser humano “erra”, pois tantos os “erros”, quanto os “acertos” são meios de aprendizagem; pensando assim, podemos afirmar que, o ser humano só aprende. A vida é como você a vê e as outras pessoas vêem de uma forma totalmente diferente da nossa forma de ver, por isso nunca queira colocar a “sua verdade” como sendo a “verdade dos outros”, evitando, assim, conflitos e mais conflitos internos e externos a você. Para viver, com paixão, é importante que se diga realmente o queremos fazer ou dizer sem “demagogias baratas”. Vivendo sem medos ou apegados em ideais arcaicos e inúteis, que nos levam à vida monótona.

 

*  *  *

          Viver, como paixão, significa lutar por seus ideais. Jamais devemos desistir de nossos sonhos, pois quem não sonha também não tem motivos para viver. Mesmo que, agora, seja difícil imaginar uma vida melhor, é preciso deixar a situação acalmar-se, a poeira do fracasso desaparecer no infinito, para podermos enxergar nossas metas e conquistas com mais clareza. No momento, podemos estar dominados pelo medo, sem forças para lutar, mas devemos lembrar que quando nos punimos pelas coisas, pelos eventos de nossa vida que não deram certo, fica muito mais difícil começar de novo nossos sonhos. O passado não pode voltar, mas pode influenciar o presente e o futuro. Lute com  todas as forças para não deixar que o passado seja maior que seus propósitos para o presente e o futuro. Um tumulto pelo qual nossa vida possa estar passando agora, ou aconteceu no passado distante, pode até ser nossa salvação no futuro, pois nos capacita para a resistência em prol da própria vida; desta forma, não justifica ficarmos lamentando pelos cantos os fatos que aconteceram no palco de nossa vivência. Somente quando lutamos por nossos objetivos é que somos totalmente humanos, descobrindo em nós a verdadeira felicidade e a paz interior.

          A paixão é um veículo que nos leva a felicidade e nos afasta por alguns momentos da dura realidade em que vivemos. E ainda, nos ensina a nos valorizar e a ter um melhor ou maior cuidado com cada ser ao nosso lado. Mesmo quando nossas batalhas frente a um sofrimento parecem perdidas, ainda assim, podemos ser pessoas boas, gentis e honestas, procurando sempre ajudar o próximo, pois todos nós fazemos parte da mesma família: a humana, e é nosso dever cuidarmos uns dos outros. As pessoas, realmente apaixonadas pela vida, cuidam uma das outras, dos seres e do mundo a sua volta. Lembre-se, só fazendo alguém feliz é que podemos nos tornar felizes de verdade.

 

*   *   *

          Em muitos momentos de nossa vida, temos a sensação de não estarmos vivendo na sua plenitude, mas somente existindo. O cansaço, em todos os níveis, é o principal responsável pela perda da qualidade de vida e, consequentemente um esfriamento em nossas relações diárias com os seres e com o mundo. O ser humano é um conjunto interdependente entre corpo, mente, emoção e espírito e, quando uma destas partes apresenta um desvio (atrofiamento), mesmo que seja pequeno, todo o conjunto fica comprometido. O ideal para uma vida com dignidade e felicidade é encontrar um equilíbrio  entre as várias partes do ser humano, em todos os momentos e situações.

          No processo de busca da qualidade de vida, três coisas ou qualidades são essenciais: auto-estima, auto-confiaça e autoconhecimento. Ou seja, valorização pessoal, confiança nos meios para conseguir os nossos objetivos e conhecimento de nossas virtudes ou limitações, que nos levam às conquistas realmente importantes. Uma pessoa que não valoriza a sua construção diária, que deixa o seu ser –físico, mental, emocional e espiritual – reduzido a um “mero sobrevivente do destino”, jamais conseguirá alcançar seus propósitos e, consequentemente a qualidade de vida. A confiança na realização de algo é uma chave poderosa para o sucesso em nossas vidas, pois nos capacita para as pequenas e grandes conquistas. O conhecimento de nossas virtudes e limitações é o primeiro passo para qualquer construção concreta em nossas vidas, pois nos dá a real capacidade de lidar com os obstáculos que surgirão pelo caminho. As pessoas que persistem, e têm domínio sobre todo o seu ser, penetram em outro estágio da vida, o “estado de graça”, que todos procuramos em nossa existência humana. Quando acreditamos em nossas capacidades de transformação, passamos a ter uma força incrível de superação das dificuldades, demonstramos que cada um é capaz de tornar-se um símbolo de determinação, de carne e osso, para as outras pessoas. Os exemplos que damos com nossa própria vida valem muito mais que qualquer explicação ou ensinamento; pois demonstramos que a vida pode mudar, porque o ser humano pode mudar.

          Para conseguir viver a vida em sua totalidade, é necessária uma mudança em nossas formas de compreender o mundo que nos rodeia. Para isto, torna-se importante fazer uma reorganização de nossa vida pessoal, social, econômica, política, religiosa, cultura, etc.; ou seja, uma mudança em todos os sentidos, sem deixar de nos concentrarmos nas oportunidades que surgem ao nosso lado e, que pelos ruídos negativos que nos rodeiam, nem percebemos. Quando nos livramos dos ruídos negativos da nossa existência e passamos a acreditar no poder da coletividade, temos ou realizamos atitudes concretas em favor da solidariedade. A solidariedade é um programa intenso de promoção da qualidade de vida, da nossa vida e da vida dos que ajudamos. Faz com que pessoas tornem-se conscientes da importância de uma fraternidade pontual, baseada no respeito de um indivíduo pelo outro. Um respeito que deve começar em nossas relações familiares e que não deve terminar jamais. Devemos abrir o nosso coração para a vivência apaixonada por todas as pessoas que conhecemos ou não, das que julgamos importantes ou não, das que necessitam de nós ou não, para que a nossa própria vida seja uma constante paixão; não perfeita, mas emocionante, pois se torna única.

 

*   *   *

          Estamos vivendo em um mundo onde tudo acontece muito rápido e, que tudo também perde o valor e passa rapidamente com a mesma velocidade em que foi criado. Neste mundo do rápido, do urgente, da tecnologia cruel e excludente, o ser humano perde primeiramente a sua estabilidade exterior, devido as grandes exigências à qual ele está submetido e, passa a não mais importar com as pequenas coisas, com os detalhes de seu ambiente; depois perde a sua estabilidade interior, passando a viver sem qualquer emoção, perdendo o amor por sua vida, não vendo mais sentido em sua existência e no relacionamento com as outras pessoas. Perde-se a paixão, que deveria ser o centro de nossos envolvimentos afetivos, caindo no ritualismo e formalismo característicos da sociedade capitalista e consumista de hoje.

          As relações humanas tornaram-se impessoais, muito distantes do ideal de vida esperada para todo ser humano. O esvaziamento do sentido da vida, o impessoalismo e o formalismo nas relações tem privado o ser humano de suas qualidades básicas, entre elas a mais importante a capacidade de se relacionar e cuidar do outro. Para reverter este quadro de formalismo exagerado em nossa sociedade, torna-se necessário vivermos de um jeito novo. É preciso conhecer e valorizar os compromissos duradouros, deixando de lado a “era dos descartáveis”, da pressa sem fim e da falta de solidariedade.

          Na construção de nossa felicidade, é imprescindível que nós aprendamos a enfrentar os nossos próprios medos e nosso egocêntrico (individualismo) com confiança e esperança de que uma vida melhor e mais digna é possível de acontecer, bastando o esforço de cada um e cada uma na construção da “sociedade solidária”, a  “sociedade do amor fraterno”. Vamos em frente, pois a “felicidade” nos espera!  

 

 

PRÓXIMOS LANÇAMENTOS DO ESCRITOR

JOSÉ MARIA CARDOSO

 

·        Coração Jovem  “Paixões para a Vida”

         Um livro feito para as pessoas que não acreditam e para as que acreditam na força transformadora que uma paixão tem na vida dos seres humanos.

 

·        ÁPEIRON “Uma Última Esperança”

         Um relato emocionante do pós-fim dos tempos, chamando atenção para os cuidados com o planeta Terra no tempo presente. Com assuntos como ganância, violência, a luta do bem contra o mal, poluição, contaminação radioativa, mundos diferentes e tecnologias futurísticas, entre outros, que fazem que o mundo fascinante da imaginação, além fronteiras, fique bem próximo da realidade.

 

“DURANTE A VIDA TODA, SEMPRE CORREMOS HOJE,  ATRÁS DAS COISAS QUE ONTEM PASSARAM AO NOSSO LADO”

Prepare-se para a vida!

AULAS PARTICULARES – PRÉ-VESTIBULARES – CONCURSOS

PALESTRAS – SEMINÁRIOS – DIGITAÇÃO DE TRABALHOS

PROF.: JOSÉ MARIA CARDOSO – TEL.: (33) 3314-2942

josemariaed@bol.com.br - Rua Bela Vista, 351 -  Centro - Ipanema-MG

 

 

O AUTOR

 
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          José Maria Cardoso, nasceu no dia 31 de janeiro de 1978, em uma cidade do interior de Minas Gerais, chamada Ipanema. Formado no Curso Normal de Magistério em 1995, não mais parou de trabalhar na arte de ensinar. Época também em que descobriu sua vocação para a música, tocando contrabaixo por vários anos na Banda Municipal Genuíno Napoleão Magalhães. Atualmente é educador da Rede Municipal de Ensino da cidade de Ipanema - MG, professor de Informática Básica no Centro Cultural de Ipanema, professor de Cursinhos Pré-vestibulares e aluno do Curso Normal Superior de Ipanema, ligado ao Centro Universitário de Caratinga – UNEC. Entre os seus vários trabalhos voluntários, destaca-se sua participação na atual Diretoria do Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, ligado à SSVP.

          O autor possui vários artigos de opinião, artigos científicos, mensagens, poesias e textos informativos e motivacionais, publicados em jornais e folhetos de circulação regional. Sendo também muito requisitado para palestrar sobre assuntos diversos, principalmente para o público jovem.

          Obra Anterior: Totalidade Humana “Em Busca da Vida”, 2004.

 

OBS: AS INFORMAÇÕES AQUI PRESENTES REFEREM-SE AO ANO DE 2005.

 

BIOGRAFIA ATUAL ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO:

 

 

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José Maria Cardoso, nasceu no dia 31 de janeiro de 1978, na cidade de Ipanema, Minas Gerais, Brasil. Formado no Curso Normal de Magistério na EE Coronel Calhau em 1995, Graduado no Curso Normal Superior em 2005 no Campus de Ipanema do Centro Universitário de Caratinga, Pós-graduado em Docência do Ensino Superior em 2007, pela Universidade Candido Mendes – RJ e Pós-graduado em Inspeção Escolar em 2011 pela Faculdade do Noroeste de Minas. Ele foi um dos vencedores do I e II Prêmio de Poesia Cidade das Palmeiras e o ganhador do II Prêmio de Literatura Infantil Marilene Godinho da Secretaria de Cultura de Caratinga. Desde o ano de 2006 é Analista Educacional, da Equipe Pedagógica, da Superintendência Regional de Ensino de Caratinga – MG. Palestrante e Contador de Histórias.

 

Outros Livros Editados do Escritor José Maria Cardoso:

 

1.       Totalidade Humana “Em Busca da Vida”, Editora Caratinga, 2004.

2.       Totalidade Humana II “Vidas Especiais”, Editora Caratinga, 2005.

3.       Conto, Reconto; Encontro Outro Conto, Editora Caratinga, 2008.

4.       Conto, Reconto; Encontro Outro Conto II, Editora Caratinga, 2010.

5.       I Prêmio de Poesia Cidade das Palmeiras, Editora Caratinga, 2010.

6.       A Rebelião dos Livros, Editora Caratinga, 2010.

7.       Recortes Poéticos, Editora Internacional EMOOBY, 2011.

8.       II Prêmio de Poesia Cidade das Palmeiras, Editora Caratinga, 2011.

9.       Ápeiron – Uma Última Esperança, Editora Internacional EMOOBY, 2011.

10.    Globalização Poética, Editora Caratinga, 2012.

 

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             escritorjmcardoso@hotmail.com