POEIRA DO VENTO
Eu fecho os meus olhos por um único momento que se foi
Todos os meus sonhos passam diante dos meus olhos curiosos
Não encontro nada aqui dentro para dizer o que fazer
Sou como a poeira do vento, tudo ao redor é poeira do vento
Alguém perguntou se eu queria me aventurar
E pulei da mais alta cachoeira de ponta cabeça
Cai no mais profundo abismo rumo ao infinito
Corri sem parar pelo deserto, onde só há vento com poeira
Como se eu tivesse viajado para muito longe e só voltado agora
Estou com medo, abandonado e solitário na multidão
Procuro um rosto conhecido para sorrir para ele
Tente entender como eu me sinto, como poeira ao vento
Dê-me mais um tempo para colocar a minha vida em ordem
Pois é muito grande o desafio que preciso superar
E tudo o que vejo a minha frente é uma sala cheia de escolhas
Sem ajuda, não vou conseguir ultrapassar a poeira e o vento
Eu sei de algo secreto e fundamental para a minha sobrevivência
Você me salva da loucura, pois nenhum de nós escolhe o seu fim
A indecisão é minha amiga mais próxima e a mais cruel também
Devo procurar novos mares, onde não há poeira e vento
Não me olhe com esses olhos tristes, olhar acusador
Eu só queria saber o que ele já sabe, descobrir seus mistérios
Pois também só falta abrir uma porta para a realidade
Para eu flertar com os moinhos de nosso destino
Enfrentar a poeira e o vento e chegar ao seu coração.
LIVRO RECORTES POÉTICOS, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, EDITORA EMOOBY 2011.
Sem comentários:
Enviar um comentário