sábado, 21 de julho de 2012

POESIA POEIRA DO VENTO

POEIRA DO VENTO

 

Eu fecho os meus olhos por um único momento que se foi

Todos os meus sonhos passam diante dos meus olhos curiosos

Não encontro nada aqui dentro para dizer o que fazer  

Sou como a poeira do vento, tudo ao redor é poeira do vento

 

Alguém perguntou se eu queria me aventurar

E pulei da mais alta cachoeira de ponta cabeça

Cai no mais profundo abismo rumo ao infinito  

Corri sem parar pelo deserto, onde só há vento com poeira

 

Como se eu tivesse viajado para muito longe e só voltado agora

Estou com medo, abandonado e solitário na multidão

Procuro um rosto conhecido para sorrir para ele

Tente entender como eu me sinto, como poeira ao vento

 

Dê-me mais um tempo para colocar a minha vida em ordem

Pois é muito grande o desafio que preciso superar

E tudo o que vejo a minha frente é uma sala cheia de escolhas

Sem ajuda, não vou conseguir ultrapassar a poeira e o vento

 

Eu sei de algo secreto e fundamental para a minha sobrevivência

Você me salva da loucura, pois nenhum de nós escolhe o seu fim

A indecisão é minha amiga mais próxima e a mais cruel também

Devo procurar novos mares, onde não há poeira e vento

 

Não me olhe com esses olhos tristes, olhar acusador

Eu só queria saber o que ele já sabe, descobrir seus mistérios   

Pois também só falta abrir uma porta para a realidade

Para eu flertar com os moinhos de nosso destino

Enfrentar a poeira e o vento e chegar ao seu coração. 

 

 

LIVRO RECORTES POÉTICOS, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, EDITORA EMOOBY 2011.

 

 

POESIA_PT

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