terça-feira, 9 de agosto de 2011

PRÓLOGO DO LIVRO ÁPEIRON – UMA ÚLTIMA ESPERANÇA

PRÓLOGO

TERRA: UM PLANETA POSSUÍDO PELA DESTRUIÇÃO

Depois do ano 2880 d.C. o homem conquista definitivamente o espaço. Várias colônias interplanetárias são construídas, até em outras galáxias. Milhares e milhares de naves, de todos os tamanhos e tipos, invadem o Cosmo. Elas transportam os mais preciosos produtos, símbolos do poder e da superioridade humana. A Terra torna-se receptora de todas as tecnologias extraterrestres e das novas invenções virtuais, que levam a humanidade ao mais alto grau da evolução. Satélites e mais satélites interligam todo o universo conhecido, fazendo a comunicação na velocidade da luz ser uma realidade. Com um sistema de monitoramento que permitia encontrar qualquer indivíduo, em qualquer lugar, em questão de segundos.

Mas a evolução científica também fez surgir como nunca a ganância pelo poder e pela supremacia bélica. Os povos da Terra foram reunidos em dois grandes blocos os Países Unidos da América e a Afrieuroásia. Dois blocos poderosíssimos e de grande rivalidade entre eles, que dividiam entre si todos os recursos materiais terrestres e os vindos das partes exploradas do universo. Os blocos econômicos, Comunidade Européia e Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), começados no início do terceiro milênio foram os principais responsáveis pela transformação do mundo nestes dois blocos, com o fim da soberania de todos os outros países.

Os problemas ecológicos são agravados ao máximo. As fontes de águas potáveis já não existiam em condições normais; as geleiras polares que pareciam serem eternas desapareceram com o aquecimento global, fazendo com que milhares de cidade, à beira mar, desaparecessem sob as águas; os terremotos e catástrofes naturais eram diários e fulminantes. O efeito estufa desestabilizou completamente o clima do planeta, sendo ele hora castigado por terríveis e torrenciais chuvas ácidas; já em outra hora era, invadido por um sol infernal de aproximadamente 55º. A inconstância do clima provocava também descargas elétricas extraordinárias, que levavam o horror a toda a população. A grande produção tecnológica colocara a humanidade em um patamar de evolução enorme, mas provocou a transformação de partes do planeta em verdadeiros continentes formados pelos lixos industriais e residenciais. Para contornar um pouco os problemas com os restos industriais e residenciais, enormes Balsas Lixeiras eram enviadas a pequenos planetas ou até asteróides com a incumbência de transportar o lixo. Mas ainda não era a solução definitiva, pois estes mesmos lixos quando encontravam um ambiente atmosférico diferente do terrestre, nos chamados Planetas Depósitos, sofriam mutações diversas, contaminando uma vasta área ao seu redor principalmente com gases letais. Os 20 bilhões de habitantes miseráveis do planeta Terra, que moravam nestes continentes transformados pelo lixo e outras áreas periféricas, eram acometidos por doenças terríveis. Como o câncer de pele, causados por exposição aos raios ultravioletas, - o buraco de ozônio era a própria atmosfera; mutações e defeitos físicos ou genéticos, provocados por contaminações radioativas; as explosões atômicas eram uma constante entre os terroristas. Mas por outro lado, os poderosos moravam em lugares protegidos por cúpulas eletromagnéticas, que impediam o contato com o meio externo; estes recantos mantinham as condições ambientais do início do século XX, eles eram cheios de ricas biodiversidades e livres principalmente da poluição. Estes locais ficavam em sua maioria na área antes conhecida como a Amazônia Equatorial Brasileira, que foi transformada em um local de Conservação Ambiental da Humanidade no final do século XXI, uma idéia excelente de preservação que foi deturpada para favorecer ao poder dos poderosos. Estes “biomas” eram cobiçados por todos e motivo de muitas disputas entre os Países Unidos da América e a Afrieuroásia. O quadro geral do planeta, que no primeiro momento pode parecer terrível, com certeza, estaria muito pior se não fosse o trabalho constante dos planetólogos: ecologistas especializados em reverter situações de destruição relacionadas ao planeta. Que procuravam conscientizar a população espalhada por todo o universo; colocando como sendo a Terra a casa dos seres humanos por excelência, portanto, ela deveria ser muito bem cuidada. Mas este não era o mesmo pensamento dos poderosos, que perseguiam os “Grupos de Controle Ambiental” com grande rigor e crueldade.

O desenvolvimento tecnológico tornou os seres humanos grandes destruidores de outros planetas e satélites. Com a falta de recursos energéticos minerais na Terra, naves mineradoras percorriam vastas extensões do universo atrás destes recursos, que eram retirados sem qualquer controle, havendo muitos desperdícios na produção, fazendo com que cada vez fosse necessário ir mais longe para manter a produção industrial aqui na Terra em alta. Estes recursos energéticos eram usados principalmente na dessalinização e purificação das águas salgadas, que constituíam agora as únicas fontes dos recursos hídricos, pois com o aumento do volume dos oceanos, basicamente todas as fontes de águas doces foram contaminadas por sua salinidade, matando as poucas vegetações que existiam nestes locais, causando consequentemente a desertificação da terra e o fim das nascentes. O processo utilizado na dessalinização gastava uma quantidade muito grande de energia, isto provocava uma corrida cada vez maior pelos recursos energéticos. A progressiva escassez de recursos energéticos fazia aumentar a cada dia a fúria entre os Americanos e os Afroeuroasiáticos, que lutavam com todas as forças para conseguirem dominar um ao outro e pela sobrevivência de sua população que sofria com a falta das águas em condições ideais de serem ingeridas.

Em um universo totalmente voltado para o tecnológico, onde as Ciências respondiam todos os questionamentos, onde quase tudo podia ser criado pelas mãos humanas e o sofrimento dos pobres era contrastado com a fartura dos poderosos, as pessoas passaram a não mais acreditarem na existência de uma força criadora ou que regia o universo. As religiões milenares simplesmente desapareceram do meio da população geral, alguns vestígios delas ainda podiam ser encontrados, mas em mosteiros ou igrejas que tentavam resistir através da fé aos constantes ataques dos céticos contra a vida de seus seguidores. Na verdade, nem podiam ser chamados de igrejas ou mosteiros, pois se tornaram brutalmente fortificados e armados belicamente para sobreviverem a estes ataques; sair dessas igrejas-fortaleza significava morte certa para o religioso ou adepto; dentro delas as situações de privações materiais levavam também muitas pessoas ao suicídio individual e coletivo.

A tão sonhada paz estava longe de acontecer. Ao longo dos séculos os povos foram aperfeiçoando suas armas e também a ganância, o poder que os humanos tinham em suas mãos era tão grande que só faltava o aniquilamento total do inimigo, que também tinha o mesmo propósito. As condições de sobrevivência foram tornando-se cada vez mais complicadas, levando os blocos rivais a travarem a maior guerra já vista em toda História da humanidade. De um lado, o poderio americano era composto por soldados geneticamente modificados, tanto na força como na crueldade para com o inimigo, as mais poderosas armas bélicas telecinéticas, que eram comandadas pelo pensamento do portador, o que as tornavam precisas e rápidas; além de possuírem a bomba de Xenônio, dez mil vezes mais poderosa que a antiga bomba de Urânio, ou cinco mil vezes mais potente que a bomba de Hidrogênio; ela era conhecida como Bomba Pandora 54. Do outro lado também, o exército dos afroeuroasiáticos era formado por clones dos seus melhores guerreiros, programados para matar com alta precisão, com crueldades e astúcias nunca vistas anteriormente, suas armas que disparavam radiações letais a grandes distâncias, eram capazes de destruir exércitos em frações de segundos.

Naquele contexto, só faltava um acontecimento mais importante para a guerra ser deflagrada entre os dois blocos rivais. O que ocorreu com a descoberta de uma enorme mina de recursos minerais e energéticos em um planeta muito distante da Terra, conhecido como Planeta Control-X. Os dois blocos reivindicaram a posse da mina de recursos minerais e energéticos à Confederação Internacional de Minério e Recursos Energéticos quase que ao mesmo tempo. Após um longo período de disputa no campo da diplomacia, o bloco representado pelos afroeuroasiáticos saiu vencedor ficando com o direto de explorar e comercializar sem restrições os recursos minerais e energéticos vindos do Planeta Control-X. O bloco dos americanos não aceitou a decisão da Confederação Internacional de Minério e Recursos Energéticos e declarou guerra aos afroeuroasiáticos.

A guerra tornou-se sangrenta e desumana ao máximo, prolongando-se por mais de 25 anos, por todas as partes do globo, além de atingir todos os confins das galáxias. O espaço transformou-se em uma embaralhada confusão de naves militares americanas que varriam todas as suas regiões para combater os esconderijos dos inimigos rebeldes: os afroeuroasiáticos. Que por outro lado também procuravam destruir os redutos militares e até civis dos inimigos americanos. A guerra espacial destruiu basicamente todas as colônias de humanos que viviam no espaço, destruindo também os recursos tecnológicos e as principais fontes de energia. O que era justificado como uma forma de deixar o inimigo sem condições de produzir novas armas. No estágio em que a guerra encontrava-se, qualquer um dos dois lados que fosse considerado vencedor não teria muitos motivos para a comemoração, pois seria o dono de um universo decadente, com poucas condições de progressos em curto espaço de tempo.

Exatamente no dia 06 de agosto de 3015 d.C., depois da morte de mais da metade da população da Terra, os americanos, em um ato de extrema crueldade, lançaram uma enorme bomba de Xenônio (Pandora 54) sobre o último ponto de resistência de seus inimigos afroeuroasiáticos. O resultado foi muito maior que o esperado, pois o ataque atingiu diretamente um depósito subterrâneo de armas químicas de alta-tensão, onde estavam guardados milhares de produtos bélicos e bombas inimigas, provocando uma grande reação em cadeia, como enormes ondas de calor, que causaram a destruição de todas as formas de vida no planeta Terra, transformando os continentes em grandes desertos radioativos, e os oceanos em lugares cheios de águas sem vida. O líquido da vida: a água, agora era um líquido letal. Durante a explosão, as águas do mar foram aquecidas em milhares de graus Celsius, enormes ondas fervilhantes consumiram o íntimo do planeta. A explosão também alcançou o espaço destruindo todas as naves americanas que estavam reunidas nas proximidades da Terra. Estas naves estavam concentradas ali para uma futura comemoração da vitória, mas o que viram na verdade foi a destruição da biosfera da terrestre e o próprio fim de sua tripulação. Uma cena tão absurda de se pensar, mesmo para a mente dos mais renomados ficcionistas da época; uma cena impossível de acreditar, tinha acabado de acontecer. O planeta Terra destruído, o ser humano consumido pela sua própria ignorância.

Como efeito da explosão, criou-se uma grande camada de poeiras, pedras e resíduos químicos em volta da Terra, que obstruíram os raios solares, fazendo com que a temperatura abaixasse para menos 270º C, porém não havia gelo, a grande concentração radioativa presente no ambiente, não possibilitava esta ocorrência, era o chamado “Inverno Nuclear”. A Terra transformou-se em uma grande massa cósmica sem guerra, mas sem vida.

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Na Galáxia Gálica, em um pequeno planeta chamado Murion, distante milhares de anos-luz da Terra, que era uma antiga base de lazer, encontrava-se uma pequena contingência de sobreviventes terrestres, mas totalmente sem condições de retornarem ao seu planeta natal.

Apeiron 

LIVRO ÁPEIRON – UMA ÚLTIMA ESPERANÇA, ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO, EDITORA EMOOBY 2011. ESTE LIVRO ESTÁ À VENDA NAS PRINCIPAIS LOJAS DA INTERNET. É SÓ PROCURAR PELO TÍTULO, PELO AUTOR OU EDITORA.

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