quinta-feira, 21 de julho de 2011

DICAS PARA ESCREVER LIVROS

O QUE É ESCREVER? COMO ESCREVER UM LIVRO?

Escrever é um processo experimental. É uma aventura. É uma terapia. É uma ferramenta de autoconhecimento e de interação com o mundo circundante. Escrever é enfrentar-se, colocar-se diante das próprias limitações e ilimitações. É um exercício de humildade. Também é um jogo de perguntar e responder!

Nenhum escritor produz um texto somente para ele. Escrever não é um ato de egoísmo. É, ao contrário, uma doação. É um ato de construção. Por isso, ao escrever, o escritor está doando. Porque está emprestando sua impressão e sua expressão a um registro que o transcende.

Escrever implica em deixar a nossa marca para além de nosso tempo de vida em uma tentativa de contribuir para o desenvolvimento da humanidade.

DICAS IMPORTANTES PARA QUEM QUER ESCREVER UM BOM LIVRO

Ser um leitor. Um ótimo leitor. Um leitor voraz e dedicado. Se o objetivo é um romance concentre-se no gênero. No exercício da leitura observe com atenção o primeiro parágrafo de uma obra, como cada autor começa a sua aventura, o trejeito com que ele trabalha os diálogos, pontua um fato e registra com delicadeza o fio condutor de sua história.

Tenha em mãos um computador, seja um desktop ou notebook. Se você gosta de esboços em papel, prepare também um bloco de anotações e lápis ou caneta; mas todo rascunho precisa ir depois para um bom editor de texto no computador.

Antes de pegar o lápis e uma folha de papel ou ir para o computador, determine o público que você pretende atingir. Ele é normalmente dividido, pelas editoras, em infantil, juvenil e adulto. Reflita para fazer a escolha adequada.

Depois de definir o público, a próxima etapa é encontrar uma idéia diferente, algo que ainda não exista em nossa literatura. Ter uma boa história. Concisa, objetiva e única.

Fazer um roteiro. Inicialmente simples e pontual. Tenha definido o enredo do seu livro antes de começá-lo. Não precisa saber todos os detalhes, o que vai acontecer desde a primeira até a última página. Mas tenha claro, pelo menos, o começo, o meio e o fim. Se você tiver bem claro esses três pontos de seu livro, terá um rumo de como escrevê-lo.

Mais adiante, é necessário estabelecer uma linguagem adequada para ser utilizada na obra, para o público escolhido. Isso é fundamental para uma boa leitura do livro e também para garantir um volume de vendas considerável.

Planeje seus personagens. Não só como eles serão fisicamente ou a personalidade deles, mas a sua história de vida, o que aconteceu com eles ANTES do livro começar. Um histórico do personagem é sempre bom. Pode ser que esse histórico, em alguma parte do livro, possa, inclusive, ser usado. Depois de criado o histórico, fique atento para que ele não seja algo completamente inútil. Use-o, siga-o. Faça dele uma justificativa para as atitudes de seu personagem. Pense o seu personagem como uma pessoa que você conheceu ontem. O livro falará da vida dessa pessoa a partir do dia em que você a conheceu. Mas antes disso, ela viveu muito tempo, com muitas histórias, dores e alegrias que a fizeram ser o que você conheceu. Abuse disso. E mais uma vez, cuidado para não contradizer aquilo que você disse da personagem.

Definidos o enredo e os personagens principais, vamos ambientar a história. Onde se passa? Em que época? Como se comportam as pessoas que vivem nesse lugar e nesse tempo? Qual o comportamento das pessoas que têm a idade do personagem? É muito importante analisar todos esses aspectos. Não podemos colocar, por exemplo, uma garota vivendo no século XVIII e que use mini-saias ou transe antes do casamento. Porque, naquela época, as garotas usavam vestidos compridos (mesmo porque a mini-saia não existia), e sexo só depois do casamento.

Definida a ambientação, pense um pouco no conflito. É um conflito de verdade? Ou algo que, na vida real, seria resolvido facilmente? Um bom conflito é aquele que apresenta problemas para ser resolvido. Mas também não complique demais, a ponto de você não achar uma solução. Por isso, pense muito em como ele se desenvolverá. E quando colocá-lo no papel, LEIA. De maneira crítica. Veja se você não o estendeu demais, se enrolou demais, ou então o contrário, se ele ficou mal resolvido. É o conflito que prenderá o seu leitor.

Amor, ódio, morte, casamento, assassinato, inveja, infidelidade, poder, ganância, ambição, gula, raiva e medo são ingredientes que devem ser considerados na elaboração da rede de conflitos. Prender a atenção do leitor e mantê-lo ligado na história é a missão – quase – impossível e o seu desafio maior. Não é fácil. O leitor às vezes se torna preguiçoso e sua atenção voa para longe e o resgate torna-se precário para não dizer incerto. Um leitor perdido não volta inteiro. Quando isso acontece não há nada mais o que fazer.

Uma dica que pode ser valiosa é que você descreva em todos os sentidos possíveis e imagináveis os detalhes da cena em que você imaginou para narrar a cena, descreva os tom do céu, a quantidade de arvores, descreva para que o leitor também consiga visualizar e entenda aquilo que você está querendo transmitir.

Temos todo o principal da história. Agora, faltam os detalhes. Aqui podemos citar, por exemplo, os personagens secundários. Bem, como o nome diz, eles são secundários, portanto de menor importância. Porém, não os diminua a ponto de não fazerem diferença nenhuma na história. Personagens secundários existem para que a história tenha mais de um foco, e não para se enfiarem completamente na história principal. Por isso, pense com carinho neles. Dê a eles uma história própria, personalidade própria, conflitos próprios. Menores do que os principais, é claro. Talvez interligados com a história principal.

Ao terminar de escrever o livro, LEIA-O. REVISE-O. Não peça para outra pessoa revisar, antes de tudo, revise-o você mesmo. Apenas você sabe o que espera de seu próprio livro. Então, ao terminá-lo, leia para ver se falou tudo, se não esqueceu de algo, ou se não ficou sem nexo, perto do que você queria. Apenas você pode fazer isso.

Não esqueça: pense no leitor e questione se ele vai entender o que está escrito.

Feito tudo isso, dê o seu livro para uma pessoa ler e revisar. ACEITE AS CRÍTICAS. As construtivas, é claro. A pessoa que está lendo e revisando faz o papel do seu leitor. Aceitar o que ela diz, pensar e utilizar isso a seu favor apenas enriquecerá sua história. Só depois disso, pense em publicar.

PENSE em tudo isso antes de seguir o caminho natural de publicação, impressão, veiculação e comercialização.

 

BOA SORTE E MUITA INSPIRAÇÃO PARA ESCREVER SEUS LIVROS.

ESCRITOR JOSÉ MARIA CARDOSO.

 

A REBELIÃO DOS LIVROS CAPA

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