DE VOLTA PARA CASA
Saí muito sendo de casa, fiquei sem comando
Andei por lugares atrevidos e errantes
Estive como uma ave migratória que perde o seu bando
Segui líderes sem causa como os bois vão ao toque dos berrantes
Estive muitos, muitos quilômetros longe daqui
Mas sinceramente acho que nunca estive perto
Da família, das pessoas, dos compromissos fugi
Quantas vezes eu tentei, mas não consegui ficar de coração aberto
Provavelmente sempre corri atrás da felicidade
Nesta corrida atrás de algo, encontrei a riqueza
Que preencheu o meu coração de falsidade
Troquei o que realmente era importante
Por um lampejo de um corpo com beleza
Percorri lugares, países, continentes e o mundo
Dormi nos braços de muitos corpos pagos
Vi a vida nascer e morrer em um toque de segundo
Senti o prazer ao beber e soltar alguns tragos
Mas agora tudo é passado, estou de volta para casa
Prepare aquele delicioso feijão com arroz
Não esqueça a farinha, o torresmo e a lingüiça
Ah! Não pode esquecer de colocar sua melhor roupa
Coloque também na cama o lençol vermelho que sempre pós
Arrume tudo com muito carinho, de lado deixe a preguiça
Pois agora estou de volta para casa
Espero recuperar agora o tempo perdido
Sentir novamente o calor da esperança, que por vezes vaza
Ter de volta os sentimentos do tempo em que estive sumido
Sentir a brisa do teu corpo como um pássaro a planar
Este eu sei é o momento certo de estar em casa
Espere-me de braços aberto, estou de volta para casa.
Fonte: Livro CONTO, RECONTO; ENCONTRO OUTRO CONTO II. Escritor José Maria Cardoso
Fiquei feliz com sua participação no Blog, mas não publiquei seu comentario, achei melhor transcrever seu poema lá, com o link do seu Blog, é mais uma forma de divulgar seu belo trabalho. Obrigado e fico aguardando retorno. Abraço.
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